terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tchau, 2011. Só falta a São Silvestre

O ano está acabando. Como passou rápido, né? Na verdade, não. Demorou o mesmo tanto de sempre. Não lembrava o que eu havia escrito sobre as corridas de 2010 e alguns planos pra 2011. Sorte que tem os arquivos do blog pra lembrar. Encontrei o que eu queria, coisas que não lembrava. Um dos posts fazia um resumo das minhas corridas de 2010. Nunca tinha corrido tanto e ganhado tantos troféus. Em 2011, queria correr todas as possíveis ou, pelo menos, o mesmo número de corridas. Pois bem, corri tudo o que apareceu pela frente. Foram 32 corridas em 2011, contra 23 em 2010. 6 troféus em 2011, um a mais do que em 2010.

No último post do ano, mencionei a São Silvestre. Vou até colar aqui tudo que escrevi. "Falando nela, na última corrida do ano, em 2011 pretendo estar lá. Quero estar. Vou estar. Já pensei muito sobre isso e defini a estratégia. Abrindo as inscrições, me inscrevo e pago. Depois de pagar não tem como voltar atrás. Ação feita, é só correr. Assim pretendo agir." Foi exatamente isso que eu fiz. Era algo tão certo na minha cabeça que não teve como fugir. As inscrições abriram dia 21 de setembro e eu me inscrevi dia 23, pagando dia 24. Depois, pensei onde ia ficar e como ia ser a viagem. Alguns telefonemas e vários emails e deu tudo certo. Vou correr no último dia do ano.

Por fim, tracei um objetivo, bem simples: correr ou estar preparado para uma meia maratona. O ano de 2011 se mostrou tão bom, tão sensacional, que eu corri 5 meias e ainda fiz 1 Mountain Do em dupla e 1 maratona. Os tempos ainda não foram do jeito que eu queria, mas adquiri resistência pra aguentar tantos quilômetros. Nada é mais tão complicado quanto era lá em junho. Em 7 meses, evoluí de maneira surpreendente. O tempo melhorou, mas dá pra melhorar ainda mais, e as distâncias aumentaram. Pra 2012, a meta é baixar os tempos. Ou seja, treinar mais e participar de menos provas. Acho difícil repetir as 32 corridas deste ano.

Não sei se de São Paulo vou conseguir atualizar o blog. Por este motivo, fiz o post agora, quatro dias antes do ano acabar. Provavelmente, o próximo post será o primeiro de 2012 e falará a respeito da São Silvestre. Talvez sobre a viagem também. Não sei. Na hora eu decido. Fiquem, portanto, com este texto. Feliz ano novo. Vamos correr!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

8ª Corrida do Natal Abraão

A corrida mais legal da qual participei. A que eu mais me diverti, sem dúvida. Começou como uma ideia proposta, lá por novembro, e que foi ganhando corpo e cada vez mais pessoas dispostas a participar. Era uma ideia genial, por assim dizer. Se vestir de Papai Noel para correr a Corrida do Natal, no Abraão, bairro de Floripa, organizada pelo Analto. Evento simples, mas bem conhecido pelos Loucos por Corridas da região. Haveria a corrida tradicional dos adultos, mas o foco principal era nas crianças.
Corrida infantil, Papai Noel (vários, aliás), balas, presentes, tudo pensando nelas. Os mais velhos correriam depois das crianças. Primeiro, quem realmente importa. E a corrida infantil foi um sucesso. Participação de muitas crianças. Muito legal. Depois da corrida delas, alinhamos para a largada, já vestidos de Papai Noel. Estávamos em 7 ou 8, ou algo perto disso. Talvez mais. Torrando no sol das 16:00. Fantasia de Papai Noel no verão já esquenta. Imagina então a fantasia mais barata que tinha na loja. Pior e mais quente tecido.
Largamos. E fomos no ritmo que dava. A intenção não era ser o mais rápido, e sim distribuir balas para as crianças no percurso. E assim foi feito. Vários Papais Noéis (?), com o saco cheio (de bala), dando balas para quem aparecesse pela frente. O melhor de tudo era a reação das crianças. Elas nos viam lá longe e saiam correndo em nossa direção. Elas veem o Papai Noel e já sabem que vem coisa boa. Fizemos muitas delas felizes. Tenho certeza. O resultado da corrida pouco importa. O resultado que vale é a boa ação e satisfação que proporcionamos para os outros e para nós mesmos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Corrida e Caminhada Pela Paz no Trânsito

Começo informando que o texto sobre esta corrida já deveria estar aqui há algum tempo, mas em homenagem aos adiamentos que a corrida teve, resolvi adiar por várias vezes também. Adiei bem menos do que a organização da prova. Finalmente, chegou o dia. De escrever sobre a minha quinta meia maratona. Correr 21 km é cada vez mais fácil. Esta corrida foi diferente, porque eu vinha de uma dor chata na perna e da corrida de Angelina no sábado anterior. O objetivo era um só: completar a prova, sem pressão por tempo, pra justificar a inscrição que já estava paga.

A largada estava marcada para às 7 da manhã. Atrasou um pouco, mas mesmo assim foi muito cedo, no melhor horário para largar. O calor não ia afetar tanto. Neste dia, resolvi tomar Gatorade antes da corrida. Tomei, tomei e tomei. Adivinha? Fiquei com vontade de ir no banheiro. Muita vontade. Fui 3 vezes antes da largada e não foi suficiente. Larguei com a minha dor e com a certeza de que precisaria parar. Fazer xixi (desculpem se é meio nojento) era uma obrigação. A corrida se deu por toda a extensão da Beira Mar. Logo no 1º km, vi um banheiro perto do trapiche.

Foi a melhor visão. Me segurei e segui em frente. Era melhor passar ali na volta, estaria mais tranquilo, sem tantos corredores. O problema era esperar até o 7º km chegar. Agonia foi grande, mas fui seguindo do jeito que era possível. Ritmo bem devagar, sem forçar, fazendo um passeio. Assim foi até chegar o banheiro. Pensa no alívio. Me senti muito mais leve. Pra ter uma ideia do alívio, fiz os 4 quilômetros seguintes em paces assustadoramente rápidos pros meus padrões: 4:50, 4:57, 5:03 e 5:01. Depois disso, voltei ao normal, pensei nas dores e diminui a velocidade.

O percurso estava chegando ao fim e quase não fui incomodado pelas minhas dores. Não fui no meu ritmo normal, mas era necessário ser mais contido. Queria ainda, como último objetivo, terminar os 21 km em até 2:06:00. A ida ao banheiro foi meio determinante pra não conseguir. Terminei a prova em 2:08:19, meu maior tempo em meia maratona. Não fiquei tão mal com o resultado. O importante era terminar sem dores. Essa foi minha 30ª corrida em 2011. Nada mal. Ainda tem a São Silvestre pra fechar o ano da melhor forma possível.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Novos recordes

Outubro e novembro foram intensos. Muitos treinos e corridas. No final de tudo, uma incomodativa dor nas fíbulas. Quase certeza que foi o impacto constante. Muito descanso na primeira metade de dezembro, alongamentos e gelo. Não sei o que funcionou, ou se foi tudo, mas o certo é que as dores sumiram. Fiz um treino leve na quinta-feira e corri no domingo. Bem tranquilo. Correr sem dores é das melhores coisas que existem.

Hoje foi o dia de retomar a planilha de treinos. Decidi que não dá pra ficar pegando leve nos treinos. Morre no treino pra morrer na corrida e ver se abaixa esse tempo. Estava esperando o expediente acabar para correr meus 4 km forte determinados. Aí, de surpresa, aparece uma centena de salgadinhos no trabalho. Comi. E comi mais um monte. Senti que meu treino seria prejudicado. Não podia dar certo depois de tanta coxinha e pastel.

Mesmo com o estômago cheio, fui correr. E me surpreendi. Uma das vantagens de ser lento é que fica mais fácil fazer tempos melhores. Fiz os 4 km em 19:54, meu recorde pessoal. Mais um recorde pessoal. Nunca fiz tantos recordes quanto nesses últimos três meses. Desde outubro, o desempenho só melhora. Devo dizer que o tempo de hoje adquiriu uma importância maior porque corri arrotando coxinha de frango. É meio nojento, mas é verdade. Seguirei treinando. O pace sub 5:00 vai chegar.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

3ª Corrida Rústiva Vale das Graças Angelina

Essa era uma prova já marcada no meu calendário há muito tempo, desde setembro, se não me engano. Tanto é que fui um dos primeiros a me inscrever, tendo a honra de correr com o número 5. Corri lá em 2010, foi excelente, e decidi que ia voltar em 2011. Além de ser uma prova distante de Floripa, do trânsito, era organizada pelo Renato, do Loucos por Corridas. Muita gente ajudou para que a prova fosse realizada e tivesse total êxito, mas quando eu penso na prova de Angelina, o primeiro nome que vem na cabeça é o Renato.

Meu plano pra 2011 era fazer um tempo melhor do que no ano passado. A meta estava traçada desde que me inscrevi. Não foi exatamente como eu queria. Além de ter dores na perna, crescendo progressivamente, uma prova de setembro foi remarcada para 4 de dezembro, um dia depois de Angelina. Era a Corrida Pela Paz no Trânsito. Nessa eu já tinha pago a inscrição pra correr os 21 km. Aí fiquei com a seguinte situação: duas corridas, sábado (10 km) e domingo (21 km). Não seria tão ruim se as dores não estivesse me rondando.

Como seriam duas provas seguidas, o objetivo mudou e não poderia forçar muito em Angelina. Com as dores, tinha que correr ainda mais tranquilo. Pra pelo menos completar dignamente os 21 km do dia seguinte. Assim eu fiz. A largada foi dada na praça de Angelina. Comecei muito, mas muito devagar. Tanto é que no primeiro retorno, lá pelos 3 km, eu estava na frente de uns 10 corredores, no máximo. Senti que já tinha aquecido e que dava pra acelerar. A dor ainda estava ali, mas não tão forte, era suportável.

Continuei meu ritual de aceleração e fui passando vários e vários corredores. Faz muito bem pra autoestima. Não dava mais pra bater meu recorde na prova, mas ainda consegui muitas ultrapassagens. Fiquei de olho no tempo só pra completar a corrida com o pace abaixo de 6:00 min/km. Pelo menos isso eu consegui. Durante a corrida, a dor não se manifestou. Ela geralmente aparece depois, ou quando tem um impacto repentino. O percurso já era conhecido, mas como fazia um ano que não passava por lá, tenho que registrar que é muito bom correr no interior (se é que Angelina é interior), no meio do nada.

A organização da prova foi sensacional. Tudo perfeito. Medalha muito bonita, como vocês podem ver aí em cima, frutas e água na chegada, um kit muito bom, com uma baita camiseta, além de um troféu ignorantemente grande, no melhor dos sentidos. Ainda tinha um jantar depois pros inscritos na corrida. Aí tu se pergunta quanto custou a inscrição. Eis a resposta: 15 reais pra dar coisas que provas que custam mais de 50 reais não dão. Que aconteça mais e mais vezes. O número de participantes em Angelina só aumenta.

Mesmo correndo em ritmo totalmente conservador, sem pretensão nenhuma, a não ser terminar a prova sem dor e no pace estimado, fui surpreendido positivamente com a leitura do meu nome entre os premiados da categoria 20-24 anos. Estava lá, em quinto lugar. Geralmente sou o último da categoria, mas não dessa vez. Eram 8 competindo. Só aí notei que foi fundamental ter aumentado o ritmo no fim. Meu troféu ganhou ainda mais importância. O melhor da minha coleção. Pela forma como veio e também pelo tamanho e imponência. Um troféu de Angelina vale por 2 dos que eu tenho. Vejam na foto e admirem. Em 2012, estarei lá. De novo. Vale a pena.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

5ª Meia Maratona de Blumenau

Chegou o fim de semana. E, quem diria, tinha uma corrida no calendário. Dessa eu não ia participar, mas pessoa influenciável que sou, fui convencido e me inscrevi nos últimos instantes na Meia Maratona de Blumenau. Inscrição feita, era só correr. Treino específico pra prova não fiz. Só o de sempre. Atualmente, correr 21 km é muito menos sofrido do que foi em junho. Preparado, daquele jeito, fomos a Blumenau.

Fomos porque fui junto com o Eduardo. A gente é doido mesmo. Acordei na madrugada de domingo às 3:45 pra seguir toda a minha rotina pré-prova. Partimos às 4:15. Viagem tranquila. Chegamos em Blumenau 6:10. Bem tranquilo, sem maiores transtornos. A maior dificuldade foi dormir cedo no sábado e acordar cedo no domingo. O tempo estava perfeito para correr. A largada, que seria às 7 horas, teve um atraso de meia hora. Mesmo assim, continuava um bom horário para se largar.

O objetivo nessa meia maratona era baixar meu tempo de 1:59:02. Não iria ser fácil, mas era bem possível. Essa ideia tomou mais forma ainda na minha cabeça quando li na divulgação da prova "trecho 90% plano". Me enganaram. Nunca que Blumenau vai ter uma corrida 90% plana. Várias falsas subidas e descidas. As reais eram muito piores. Não devia ter me iludido com o comunicado. Tive que me adaptar durante a corrida.

Comecei a prova bem. E muito rápido. Burro demais. Não era uma prova de 10 km, eram 21. Nos 6 km iniciais, tempo excelente. Fiz em 31:04. Faltavam 15 km e o problema começou aí. Senti que as pernas não iam aguentar o ritmo. Elas são inteligentes, sabem das coisas, diferente do dono. Entre o km 7 e o 16, variei o pace entre 5:31 e 5:43. Caiu, como esperado, mas tava constante. Terminei o 16º km em 1:27:02. Seguindo nesse ritmo, terminaria a prova em menos de 1:55:00, o sonho maior.

Havia um porém em forma de ritmo, que caiu mais um pouco. Foi pra casa dos 6:00 min/km. Coincidência ou não, foi depois do km 16 que tomei meu último gel. De chocolate, horrível, e não tinha água por perto. A boca ficou pastosa. Senti que fiquei mais devagar. Depois de 16 km, pernas sentindo a prova, gel na hora errada, água só no km 18, tudo ajudou a piorar. Tentei me recuperar, mas não dava mais. A cada quilômetro continuava no mesmo ritmo.

Quando passei no km 17, percebi que o sub 1:55:00 era impossível, mas naquele ritmo o recorde viria. Não seria nada exorbitante, mas baixaria o tempo. A água salvadora do km 18 apareceu. Peguei dois copos pra tentar dar um jeito e melhorar. Não deu. Fui me arrastando. Era a única alternativa possível. O ritmo forte do começo cobrou sua conta. Mas esse mesmo ritmo forte me permitiu melhorar o tempo total. Os segundos que ganhei lá no começo foram úteis na quebra do recorde, embora tenham contribuído pra minha quebra.

Pode se dizer que foi o errado que deu certo. Com certeza, não foi a melhor estratégia. Terminei a meia maratona em 1:58:10 e fiz o recorde pessoal, mas cheguei me arrastando. O final dela foi muito mais sofrido do que a última, em Pomerode. Exagerei demais no início. O sobe e desce em alguns trechos colaborou para meu declínio físico. O maior culpado, no entanto, fui eu mesmo. O bom de ter tempos altos é que não é tão difícil fazer novos recordes.

Cheguei morrido. Fazer a curva e ver a chegada, na Vila Germânica, foi a melhor das sensações. O fim que nunca chegava, chegou. Foi difícil e sofrido. Nem um sprint final decente consegui. Nunca uma garrafinha de Gatorade foi tão bem-vinda. Cada vez é mais legal correr uma meia maratona. Pode ser sofrido como foi essa, mas é cada vez mais fácil correr 21 km. Eu me divirto igual. Da próxima vez, adotarei uma estratégia mais sensata.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

5ª Corrida Pela Vida

Seguindo a sequência interminável de corridas todo fim de semana, fui pra mais uma. A 5ª Corrida Pela Vida. Não sei em qual momento começaram essas Corridas Pela Vida, mas devo ter corrida todas as quatro anteriores, ou a maioria delas. Provas de 5 e 10 km, lá na Beira Mar do Estreito, o lugar da moda das corridas atualmente. Tem corrida? É no Estreito. Já conheço trajeto de tanto correr lá. Obviamente, me inscrevi na prova de 10 km. O objetivo era fazer um tempo bom, se possível com recorde pessoal. Meus últimos treinos me davam suporte para pensar mais alto.

O dia amanheceu nublado e até choveu pouco antes da largada. Clima perfeito pra correr. A largada atrasou e foi pouco depois das 8:30. O trajeto era conhecido. Larga no começo da Beira Mar e vai até a entrada da ponte Pedro Ivo. 10 km representava 2 voltas no circuito. Largamos e tentei começar mais contido. Muitos corredores me passavam e eu senti que meu ritmo estava bom, mas parecia devagar. Passei o 1º km a 4:53 e, de fato, eu estava em um ritmo adequado. Os outros é que estavam rápidos demais. Alguns eu passaria mais tarde.

Pra não me alongar demais, vou resumir da seguinte forma: fiz os 2 km em 9:53. Tava bom. A partir daí, nos km's ímpares (3, 5, 7 e 9) fiz pace entre 5:21 e 5:29. Nos km's pares (4, 6, 8 e 10) o pace foi entre 5:01 e 5:13. Digamos que eu recuperava no quilômetro par a lentidão do quilômetro ímpar. Do 4º km em diante, consegui manter uma posição constante na corrida. Dos corredores rápidos lá do começo da prova, passei os que exageraram no ritmo e me mantive sem ser ultrapassado por eles. Alguns outros me passaram, mas compensava com outras ultrapassagens.

Não sei se tinha vento na primeira volta ou não. Só sei que senti muito mais o vento contra na segunda. Ele me segurava e eu queria ir mais rápido. Meu GPS avisou que fiz os 9 km em 46:54. Era praticamente impossível não bater meu recorde de 52:18. Tinha 5:23 pra fazer o último e derradeiro quilômetro. Comecei a aumentar o ritmo, porque, além do recorde, queria fazer o 10º km abaixo de 5:00. Fiz o que pude, enfrentei o vento, passei mais alguns corredores e fechei com 5:02. Aquele esforço final que não fiz tão forte foi determinante pro pace não ficar abaixo de 5:00. Tempo total: 51:54, novo recorde mundial.

Perco a concentração fácil durante a corrida. Dessa vez, tentei ao máximo não me distrar olhando a ponte Hercílio Luz ou como os outros corredores estavam correndo. Nem água eu peguei, em nenhum instante. Não senti vontade, mas acho que da próxima vez vou pegar, nem que seja pra jogar no corpo. Se bem que nessa corrida de domingo, não haveria água na segunda volta. Faltar água é quase como dar um tiro na pessoa. Os que estavam mais atrás não encontraram água. E geralmente são os que mais precisam. A corrida teve chip (só faltou o tapete na largada), marcou o tempo certo, mas deixou faltar o mais fundamental.

Acabou a corrida, fiquei feliz com o tempo e esperei pela premiação. Não que eu achasse que teria alguma chance de ganhar qualquer coisa. Estava de carona e todo mundo ficou pra ver a premiação. Fiquei também. A premiação demorou MUITO tempo pra começar. Foi meio enrolado. Premiaram as categorias dos 5 km e começaram as do 10 km. Como sempre, anunciam de cima pra baixo. Minha categoria atual, 20-24 anos, é a última ou penúltima a ser chamada.

Demora, mas sempre chega. O cara do microfone começou anunciando os 5 primeiros. Falou o quinto colocado e nada do meu nome. Falou o quarto e não me chamou de novo. Nessa hora, já tinha perdido as esperanças. Exceto por uma vez, todas as outras só ganhei troféus porque não tinha mais ninguém na categoria e eu era o último. Então, chamaram o terceiro colocado: "Enio Augusto". Foi muito inacreditável. Eu, em uma corrida de 10 km, ganhei de 2 corredores da categoria. Era algo inédito. Meio surpreso, meio feliz, subi ao pódio para pegar mais um troféu.

Era pra ser só mais um domingo normal de corrida. Correr, encontrar os amigos, se divertir. Acabou que foi o melhor fim de semeana possível. Recorde pessoal e troféu sem ser o último. Minha coleção de troféus está aumentando. Não cabe mais na prateleira. Nunca pensei que isso fosse acontecer. Ou, pelo menos, não esperava que já estivesse lotada em tão pouco tempo correndo. O pace final da prova ficou em 5:12. O objetivo é chegar no pace abaixo de 5:00. Se não for este ano, tenho certeza que não passa de 2012.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

1ª Corrida Rústica Vento Sul

Domingo último, mais uma corrida. Dessa vez, 8 km, ali pela Via Expressa Sul, em Florianópolis. A 1ª Corrida Rústica A.A.E.I.V.S. (Associação Atlética Esportiva Infantil Vento Sul de Florianópolis). Nome grande, pomposo, para uma prova que foi muito legal. Os treinos da semana foram bem produtivos. Alguns recordes pessoais foram batidos. Essa é a vantagem de ser uma tartaruga. Fica mais fácil bater os recordes de qualquer distância.

Não tive o que se pode chamar de boa noite de sono. Fui dormir às 3 da manhã e acordei às 8. Nesse momento, agradeci pela largada ser só às 10 horas. Não é um bom horário, mas devido às minhas condições, foi melhor assim. O tempo ainda colaborou bastante. Nublado, com escassos pingos de chuva. Era perfeito pra correr. Aos poucos, os corredores foram chegando. Infelizmente, compareceram menos atletas do que a prova merecia.

O percurso foi todo pelas vias laterais da Via Expressa Sul (pode chamar de ciclovias também), atravessando a avenida pelas passarelas, sendo este o melhor momento da prova. Duas vezes, inclusive. Foi muito massa passar por cima da avenida. Mesmo com essas duas subidas, meu desempenho foi bem razoável, não caiu muito. A largada foi dada e os poucos corredores saíram em um ritmo absurdo pros meus padrões. Pensei em acompanhar, mas desisti.

Mesmo assim, para minha surpresa, corri o 1º km em 4:52. Achei que estava devagar, mas era uma falsa impressão. Estava no fim da fila e correndo em um ritmo rápido pra mim, mas essa rapidez não era suficiente para sequer chegar perto dos outros. Era estranho. Me esforçava, corri bem e a distância só aumentava. Acho que corro contra alienígenas. Praticamente impossível chegar perto deles. Meus treinos me tornarão um alien.

Fiz o 2º km a 5:02, o 3º km a 5:06 e o 4º km a 5:13. O 2º km foi a primeira passagem pela passarela, com a primeira subida. Ritmo bom. O 5º km foi a 5:17. Já o 6º km, que teve a segunda passagem pela passarela com a última subida, fiz a 5:31, meu pior pace na prova. Aí desci a passarela e coloquei na minha cabeça que só havia mais 2 km's e era o momento de tentar acelerar pra fazer um fim de prova decente, com novo recorde pessoal.

Completei o 7º km a 5:00 e passei um corredor, o único que passei na corrida inteira. O último e 8º km foi a 4:57. Fiquei muito satisfeito com o desempenho, com o tempo, com tudo. Terminei a corrida de 8 km em 40:57, pace de 5:07. Recorde mundial pessoal na distância. Nunca fui tão rápido. E sem tomar água. Todos os treinos e corridas anteriores devem ter ajudado. Fiquei realmente feliz. Correr nesse pace era um sonho impossível tempos atrás.

A melhor parte vem agora. Ter poucos participantes (acho que foram uns 34 ou 35) faz a prova ser muita concorrida. Só vai quem corre muito. Eu faço meu recorde pessoal e fico quase em último. Por outro lado, não há muita concorrência pelos troféus. Como corredor único na minha categoria, ganhei o troféu de primeiro lugar. Azar de quem não foi. Eu fui e trouxe pra casa o inédito troféu. Recorde pessoal e troféu. Não poderia ser melhor.

Diferente de outras provas, essa informou que teria 8 km e teve. Cravado, sem erros. Nunca espero por tanta exatidão, uma margem de erros de metros é sempre tolerável. Mas não, dessa vez foi perfeito. Fora isso, o percurso e a organização foram excelentes. Pena ter poucos corredores participando. Tomara que aconteçam mais vezes provas por este percurso. Foi bem tranquilo, sem problemas. Treinar funciona. Mais recordes virão.

Corrida Rústica 50 anos PRF

Texto com uma semana de atraso. Vamos lá. Corri sábado (05), me decepcionei comigo mesmo, mas doido que sou, fui correr domingo (06) também. Foram 5 km no sábado e 10 km no domingo. A corrida de sábado era a corrida do fim de semana, pra se matar tentando o recorde. A de domingo, em comemoração aos 50 anos da Polícia Rodoviária Federal em SC, serviu mais como um treino, com objetivo de correr bem os 5 primeiros km.

Como tinha prova de 5 km também, o número total de corredores foi maior do que no sábado. O sábado, apesar de só 5 km, exigiu bastante. Logo, domingo era correr forte até onde dava e depois só concluir. Assim fiz. Até o 4º km consegui manter um ritmo bom, até rápido eu diria. Depois caiu. Era esperado. Queria ficar bem até a metade, mas não deu. Nem insisti. Melhor não forçar. A segunda volta do percurso foi só passeio.

A única coisa boa da corrida foi o sprint final. Vi a placa de 9 km e comecei a acelerar. E acelerar. Passei 5 corredores que me passaram na segunda volta. Foi muito bom mesmo. Sobre o percurso: foi na Beira Mar do Estreito, que parece ser o novo lugar para realização das provas(pelo menos enquanto não inauguram e abrem para os carros). Saímos da Beira Mar e passamos embaixo das outras pontes. Percurso diferente, bonito.

Lamento que a distância total, novamente, não tenha sido a dos 10 km programados. Sei lá se é muito difícil marcar a quilometragem, mas se for pra errar, que erre pra mais. Geralmente é pra menos. Esta prova teve 9,58 km. No GPS do Eduardo deu 9,62 km. Logo, não deu 10 km. A medalha foi de acrílico. Prefiro as tradicionais, mas pelo menos a medalha de acrílico era personalizada, como vocês podem ver mais acima.

Esse negócio de correr duas provas em dois dias não é a melhor das ideias, mas planos futuros mostram que esse é o caminho. Se correr as duas sem forçar, vai tranquilo. O resto da semana foi de treinos, tiros pra matar, e expectativa para a próxima prova. Novembro parece ser o mês da evolução desse ser humano, que aqui escreve, no mundo das corridas.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Correr e escrever, é só começar

Estava o domingo à toa, vendo a rodada do Brasileiro, quando resolvi abrir o blog e começar a escrever o post da corrida da 1ª Volta do Balneário. Seria só um esboço, ia ficar no rascunho salvo para eu melhorar posteriormente. Essa era a ideia inicial. Aí comecei a escrever, e foi, e foi, e, de repente, o post estava pronto, com 8 parágrafos.

Chego então no ponto que me fez escrever este post. Pra começar a escrever, basta eu começar uma linha, por mais sem sentido que ela seja. O resto do texto vai aparecendo, de um jeito ou de outro. Ontem foi assim, hoje foi do mesmo jeito. E até que não fica tão ruim de entender. Talvez de ler, porque, reconheço, escrevo demais de vez em quando.

Se pra escrever funciona assim, pra correr é a mesma coisa. Vez ou outra, ficar em casa parece a melhor opção. Mas basta botar o pé na rua pra perceber quão bom é correr. Muitas vezes só é preciso começar. E essa pode ser a parte mais difícil. Depois disso, as palavras aparecem e as pernas se mexem. Nem dá vontade de parar. Funciona. Tenta aí.

domingo, 6 de novembro de 2011

1ª Volta do Balneário

Sábado, 05/11/2011. Esse era o dia para fazer meu melhor tempo nos 5 km. Fazia tempo que não participava de uma prova de 5 km. Aí, apareceu a 1ª Volta do Balneário. Durante a semana que antecedeu a prova, fiz uns treinos e bati meu recorde nos 5 km. Vi que era possível e botei esse objetivo na minha cabeça. Sábado era o dia. Recorde pessoal. E não só isso. Tempo abaixo dos 25 minutos ou morte. Esse era o pensamento.

Chegou o dia. A corrida foi às 16 horas, com sol das 15. Tinha medo que o almoço pudesse me incomodar, já que no sábado de manhã fui acometido por uma diarréia feia. De acordo com o regulamento, teríamos que correr com a camisa da corrida (pior camisa). Pra terminar, tinha o vento contra na Beira Mar do Estreito. Esses fatores influenciaram meu desempenho. Alguns eram conhecidos, outros não.

Nunca tinha ido na praça, que esqueci o nome e não tô com vontade de procurar no Google, onde foi a largada. Lugar bem legal. Peguei o kit e vi que a camisa era uma porcaria pra correr. Enfim, regulamento é regulamento. Vamos usá-la. Pelo menos era regata. Cada vez foi chegando mais gente e o número final de corredores que participaram ficou bem razoável, considerando a quantidade que temos nas provas na Grande Florianópolis.

Tava quente demais. Seria sofrido. Por outro lado, eram só 5 km. Coisa rápida. Largada! Comecei no ritmo forte que pretendia. 1º km em 4:17 foi até mais rápido do que o desejado, mas tava abaixo dos 5:00 min/km. No 2º km, caiu um pouco o ritmo e fechei em 4:54, ainda abaixo do objetivo. Aí veio o retorno, a pior parte. Entendi porque fui tão bem no começo. Juntou a empolgação da largada com o vento a favor.

A volta foi sofrida. O vento contra cobrou o que deu na ida. E cobrou com juros. Me segurou demais. Fiz o 3º km em 5:26. No tempo total, ainda estava no meu obejtivo. Tinha 22 segundos sobrando. Não seria tão ruim se o próximo km não fosse contra o vento também. Completei o 4º km em 5:36 e fiquei com 14 segundos de desvantagem. Nesse momento, vi o recorde indo embora, sendo levado sem piedade pelo vento.

O último km foi fora da Beira Mar do Estreito. Ainda tinha um pouco de vento contra, mas estava mais tranquilo. O problema maior foi o cansaço de quem fez muita força pra vencer o vento e não conseguiu. A parte final foi pelas ruas e com algumas curvas. Completei o 5º km em 5:01 e terminei a corrida em 25:16. Não bati meu recorde, nem fiz abaixo de 25. Bota na conta do vento. Tive culpa também, mas tanto vento contra foi inesperado.

Aliás, sobre a frase "recorde ou morte": precisava de todos os estímulos possíveis. Quase deu certo. Deixo pra morrer mais tarde. Sobre a prova, o percurso teve exatos 5 km, coisa rara nessas corridas menores. Curioso foi um tronco na entrada da Beira Mar, que ainda está fechada para carros. Pode se dizer que foi uma corrida de 5 km com barreira, na ida e na volta. Na volta, muito mais sofrido pra pular o tronco. Foto do tronco mais abaixo.

O recorde foi adiado. Talvez ainda neste semana eu consiga fazer. Possivelmente, não será em uma prova como eu gostaria, mas recorde em treino também vale. De ruim, a prova teve a camisa e a premiação. A premiação demorou pra acontecer, foi desorganizada, com erros. Entre pontos positivos e negativos, foi uma corrida muito boa. A maior decepção foi comigo mesmo, sem conseguir o recorde pessoal. Não desistirei.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Reflexões corridas do que passou

Comecemos, pois, pelo começo do mês de outubro. A tão esperada maratona chegou e consegui completar com dignidade. O melhor de tudo, sem dúvidas, foi não sentir cãibras em nenhuma parte do percurso. Cansei, tive dores em vários lugares do corpo que nem sabia que existiam, mas as temidas cãibras não apareceram. Aliás, sei lá o por quê, mas se tem uma coisa difícil de eu ter, é câibra. Deve ser porque é ruim de escrever. Aí não tenho. Se tivesse, ia ter que escrever muito essa palavra e não ia dar certo.

Nessa mesma maratona, aconteceu algo inédito. Pela primeira vez na minha vida, que eu lembre, estive na passarela do samba de Florianópolis. Logicamente, a primeira vez não podia ser no carnaval. Adentrei a Nego Quirido pra completar a maratona e só depois me dei conta que a reta de chegada por onde passei é o lugar no qual as escolas desfilam. Um dia quero voltar pra passarela do samba, mas sem ter samba, como foi na maratona.

Ainda na maratona, outro aspecto que, às vezes, me incomoda: tempo bruto e tempo líquido. Nos últimos metro da maratona, dei um sprint, não sei como, e passei dois corredores. Ficaram pra trás mesmo. Aí fui ver o resultado da prova e tava eu atrás de um deles. Por quê? Por culpa do maldito tempo líquido. Ele largou um pouco depois de mim e tinha uma vantagem de mais alguns segundos. Toda a satisfação de passar alguém na reta final se esvai quando vejo a classificação e fica lá na reta final mesmo. Enfim, faz parte e é o certo.

Um parágrafo específico pro Mountain Do se faz necessário. Em 2010, nem sonhava em correr o Mountain Do. Apareceu a oportunidade. Participei em um octeto misto. 2011 foi um ano promissor. Começou com um octeto masculino no Costão do Santinho, passou por 18 km sozinho na Praia do Rosa e terminou com o antes inimaginável Mountain Do Lagoa da Conceição em dupla. Correr em trilhas e praias é complicado. Mas agora não vejo mais graça em correr Mountain Do se não for em dupla. Não sou o mais rápido, talvez seja até o mais lento, mas é muito mais legal correr em dupla. Em 2012 tem mais.

O mês de outubro foi pródigo em provas. Participei de 5 corridas em 5 finais de semana: Maratona de SC, Corrida Coruja, Mountain Do, Corrida da Base Aérea e Meia Maratona de Pomerode. No meio disso tudo, vários treinos. O tempo foi melhorando, o horário de verão chegou e tudo ficou mais fácil. A preguiça ainda visita, mas é quase impossível resistir a rua me chamando pra correr. As corridas e os treinos, creio, deram resultado.

Consegui correr a Meia de Pomerode abaixo de 2 horas. Não era o objetivo principal do ano, mas vi que era possível e consegui. Depois de Pomerode, fiz dois treinos muito animadores. Consegui correr constantemente abaixo de 5:00 min/km. Tem corrida de 5 km no sábado e o meu objetivo é correr os 5 km abaixo de 25 minutos. Ontem, corri 5 km em 25:10. Logo, é possível. Alguns ajustes precisam ser feitos, mas vai dar. Só penso nisso. O que pode me atrapalhar é o almoço de sábado, já que a corrida é à tarde.

Era pra ser algo sucinto, mas obviamente extrapolei os limites. Mais uma vez. Quem se importa? Precisava escrever tudo isso. Este blog virou praticamente um blog sobre corridas. Ficou mais interessante, não? Bom, vou tentar um dia postar sobre outra coisa, mas não garanto. A corrida meio que virou minha prioridade. Meio totalmente, percebe-se. Mais provas virão, mas espero ansiosamente uma em especial, a última do ano. É claro que falo da São Silvestre. Fim de ano será em São Paulo. E correndo. Me serve.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

4ª Meia Maratona Cidade de Pomerode

O mês de outubro terminou da melhor forma: correndo uma meia maratona. Começou lá no dia 2 com a minha primeira maratona e passou pelo Mountain Do em dupla. Pomerode não é uma cidade exatamente perto de Florianópolis. Acordei às 3:30 de domingo pra me ajeitar e fazer meus rituais e às 4:30 saí de casa. A viagem dura quase nada, aproximadamente 2:30. A largada era às 8:00. Ainda cheguei com 1 hora de antecedência. O tempo estava nublado, ideal para correr. Além disso, o percurso era praticamente todo plano.

A largada foi autorizada e lá fui eu. Tenho mania de pensar em alguma estratégia antes dessas provas maiores. Nessa meia maratona, tinha o objetivo de fazer qualquer coisa abaixo de 2 horas e bater meu recorde pessoal. Eram 21 km e dividi em 3 partes de 7 km. Cada parte deveria ser feita, preferencialmente, em até 40 minutos. Completar 21 km eu sei que consigo. O desafio agora era ter um desempenho melhor, mais linear, ao longo da prova.

A corrida foi 99% em asfalto, dedicado aos atletas. Poucos carros passaram pelo local pra atrapalhar. A volta foi mais pelo acostamento, mas com total segurança. Água bem gelada a cada 3 km. Percurso muito bom. Foram mais de 500 concluintes na meia maratona. Em nenhum momento corri sozinho. Mesmo no final, quando já havia maior dispersão. Outra coisa legal foram os marcadores de ritmo. Tinha de 1:45, 2:00 e 2:15. O que faltou foi um tapete na largada, pra ter controle do tempo líquido. Foi marcado apenas o tempo bruto. Sei o meu tempo líquido porque liguei o GPS quando passei no portal.

Acredito que os treinos longos pra maratona, na casa dos 20 km pra cima, me deram uma base boa para essa meia maratona. As duas anteriores que fiz foram sem tanta rodagem. A primeira foi a primeira, nunca tinha corrido mais de 16 km. Na segunda, algumas dores, e ainda a falta de experiência, não me permitiram uma boa performance. Dessa vez, foi diferente. As placas dos km's apareciam e eu não me sentia cansado. Cheguei nos 10 km e ainda me sentia bem demais. O cansaço ainda estava longe de aparecer.

A volta nem foi tão ruim quanto eu imaginava. Continuei no meu ritmo, mantendo a média linear desejada. Os marcadores de ritmo das 2:00 me passaram, mas me contive. Acelerar ainda no 14º km seria prejudicial para o final da minha prova. As placas dos km's passavam e eu não ficava cansado. Tomei só um gel no 9º km e nem senti necessidade do outro. Ali pelo 17º resolvi que dava pra acelerar um pouco mais. Depois, vi no GPS que as médias por km foram praticamente as mesmas, mas a sensação de esforço parecia maior, provavelmente por ser a parte final da corrida.

De qualquer maneira, passei muitos corredores a partir do km 17. Pelo menos 15 eu deixei pra trás. Meu ritmo não era estupendo, mas era constante e suficiente para passar pelos atletas que já estavam mais desgastados. A cada passo, sentia um pouco mais o cansaço. Mas cada passo pra frente era um pouco menos pra terminar. E assim fui pensando pra não diminuir o ritmo. A placa dos 20 km foi um alívio. Faltava pouco, mas nunca 1 km demorou tanto. Fiz o tempo desse último km na média, mas parecia que não ia acabar.

O asfalto acabou e vieram os paralelepípedos. Pior tipo de piso pra correr. Ainda bem que eram só os 200 m finais. Quando entrei no Pavilhão de Eventos, local da chegada, vi o relógio marcando menos de 2 horas e tive que acelerar um pouco mais. Eram poucos metros pra garantir meu sub 2 horas tão sonhado. Aumentei a velocidade e completei. Tempo bruto de 1:59:37. Parei o GPS, olhei o tempo e a surpresa foi ainda melhor: 1:59:02. Novo recorde pessoal, 2m14s mais rápido do que o anterior. Fiquei muito satisfeito.

Tenho certeza absoluta que os treinos pra maratona, a maratona e o Mountain Do ajudaram muito. Nunca foi tão fácil correr uma meia maratona. Não quer dizer que as pernas não tenham ficado doloridas. Tive dores nas canelas e nas panturrilhas. Tudo dentro do normal. Nada que o descanso não cure. Consegui manter um ritmo constante, inclusive no fim da prova, que foi o que garantiu o recorde pessoal. Completar uma maratona me fez ter outra perspectiva da meia maratona. O próximo objetivo em meias é melhorar ainda mais o tempo. Aos poucos, eu chego lá. Não tenho pressa.

sábado, 29 de outubro de 2011

18ª Mini Maratona Santos Dumont

Mais um sábado, mais uma corrida. Lá fui eu. A última que havia corrido foi no Mountain Do. Eram 5 dias parados, nem tanto pelo desgaste, mais pelo joelho ainda em recuperação. A corrida da Base Aérea seria um teste pra sentir como estava. Como eu esperava, foi tudo bem, sem dores no joelho, que era o meu maior medo. Sem essa dor pra incomodar, só me restava correr. Foi a quarta corrida em quatro fins de semana. Fui mais porque era de graça, mas acho que iria mesmo se não fosse.

Ano passado, não consegui participar dessa mesma corrida. Cheguei atrasado e perdi a largada. Precisava correr este ano. Quase questão de honra. Corrida sábado à tarde, já com horário de verão, não parecia ser a melhor das ideias. Largada às 16 horas, sol das 15 horas. Sol mesmo. Tinha muito sol. E na base aérea de Florianópolis o que menos tinha era lugar para correr longe do sol. Este ano, o percurso continuo o mesmo, mas inverteu o sentido da corrida.

Dessa vez, largamos em direção ao morro. Subidas grandes e pequenas, descidas também, os 2 primeiros km foram assim. Depois, os outros 8 km eram só em percurso plano, mas com muito sol na cabeça. Pensei que talvez fosse bom enfrentar o morro logo no começo, mas foi exatamente o contrário. Talvez o calor tenha atrapalhado também, mais do que o planejado. As árvores ao lado da estrada proporcionava os poucos momentos de sombra.

Não foi a minha melhor corrida. Foi uma das mais cansativas, na verdade. Cinco dias parado, correndo à tarde, com sol, tudo deve ter influenciado. Completei a prova do jeito que dava. O objetivo mesmo era ter mais uma corrida no currículo e pegar a 60ª medalha pra coleção. Sábado pássado teve uma corrida. Amanhã, domingo, tem outra: a Meia Maratona de Pomerode. Será a 5ª corrida em 5 fins de semana. Outubro foi o melhor mês.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Mountain Do Lagoa da Conceição

Corri uma maratona. O que mais podia fazer? Mountain Do em dupla é a resposta. Dividir aqueles 72.9 km com outra pessoa. Só tinha corrido em octeto até então, mas depois da maratona não tive muita escolha. Eu e o Marcelo formamos uma das duplas da TreineBem. Em quilômetros, corri menos do que na maratona, mas foi bem mais cansativo. Correr em areia, dunas, trilhas e subidas sem fim tem lá suas complicações, as quais pude sentir.

Participar de um Mountain Do, embora caro (R$ 190,00), é muito bom. Vale o investimento. Se puder, participe. O Mountain Do Lagoa da Conceição é dividido em 8 percursos. Nas duplas, cada um corre 4. Fiquei com o percurso 2, 4, 6 e 7. A parte de dobrar o percurso foi minha. 18 km direto. Abaixo, segue uma tentativa de descrever os acontecimentos e minhas sensações em cada um dos quatro percursos que corri. Nosso tempo total foi de 8:37:05.

Percurso 2 (8.6 km): era a parte mais mais tranquila. Primeiro percurso, descansado, totalmente plano. Saía do Novo Campeche e seguia até a Praia da Joaquina. O que dificultava era a parte em estrada de chão e mais da metade do trajeto na area da praia. Eu via a Joaquina lá longe e parecia que ela se afastava cada vez mais. Não chegava nunca. A areia mais dura, melhor de correr, era inclinada e ficava muito perto da água. Já comecei a maltratar meus pés ali. O sol também resolveu aparecer pra dificultar mais um pouco o percurso menos complicado. Cheguei e passei o chip pro Marcelo. Vai pro carro, se desloca pra Praia Mole e come e bebe antes de começar a correr de novo. Se der tempo, alongar e aquecer ajuda.

Percurso 4 (7.6 km): saí da Praia Mole e fui pra Barra da Lagoa. Percurso muito complicado. Depois de alguns metros na areia fofa da Praia Mole, começou a trilha. Até então, tava tranquilo. Subidas e descidas normais. Mais um pouco de praia e aí começou a subida. Subiu, subiu, subiu e não parava de subir. Admiro quem consegue correr a maior parte do tempo nessas subidas. Eu ainda não consigo. O pior de subir muito é que a descida é na mesma inclinação. Muitas pedras no caminho. Meu tênis não segurava muito bem, quase escorreguei em algumas ocasiões. O quase virou realidade. O pé escorregou e eu fui, mas fui pedra abaixo. No princípio, tentei me segurar, mas lembrei que depois que cai nem adianta segurar. Deixei a gravidade me levar até o fim. Levantei, com dores, e continuei. Nem tinha visto o que tinha machucado. Só sei que no meio da trilha sentia os matos e galhos batendo no joelho e sentia muita dor. Olhei e vi muito sangue. Tava feio. Bravamente, digamos assim, completei o trajeto até a Barra da Lagoa, entreguei o chip pro Marcelo e me dirigi à ambulância pra limpar o machucado e me preparar para os 18 km que faltavam.

Percurso 6 (8.2 km): a parte mais difícil ia começar. Dois percursos seguidos. Do Rio Vermelho até a Vargem Grande e dali pro Canto da Lagoa. Ficou pior ainda depois do meu machucado. A proteção no joelho aguentou uns 5 km. Depois caiu. Foi ficando cada vez mais ruim de correr. O impacto da pisada se refletia em dor no joelho. Mesmo assim, essa primeira parte, com algumas subidas em estrada de chão, foi relativamente tranquila. Ainda ganhei uma garrafa de água de um desconhecido em um carro. Essas coisas só se vê no Mountain Do mesmo. Aquela água foi muito útil no caminho. No fim do percurso, comecei a sentir uma dor na sola do pé, dor essa que muito me atrapalharia no último percurso.

Percurso 7 (9.8 km): o percurso mais complicado, sem dúvidas, mas também o mais esperado, já que era o último. A dor na sola do pé ficou insuportável. Não conseguia correr mais do que 1 ou 2 minutos. Acho que o impacto das pisadas nos percursos anteriores, principalmente na praia e na trilha, resultaram nessa dor. Tentava correr, mas logo andava novamente. Foi o percurso que mais demorei. Era interminável. Pra pior, ainda tinha muita trilha pra subir. E que subida! Cansei demais. Isso que só andei. A descida foi igualmente acentuada. Dessa vez, não cai, mas pouco pude fazer. Depois de muito tempo, tomando cuidado com as pedras e com a trilha molhada, entreguei o chip pro Marcelo. Minha parte estava concluída. Fiz o que dava, mas podia ser melhor. A queda não prevista atrapalhou meu desempenho. Não que eu fosse ser o cara mais rápido do Mountain Do, mas, com certeza, faria um tempo melhor.

Do Canto da Lagoa, peguei um barco e fui pro Canto dos Araçás. Consegui alcançar o Marcelo no fim do percurso pra chegarmos juntos no LIC. Acho que corri quase 1 km com ele. Nesse momento, as dores foram esquecidas. O que importava era chegar, os dois ao mesmo tempo. E chegamos. 8:37:05 depois. Pra quem corre, não parece que foi tanto assim. Ficamos tão envolvidos em correr e em chegar ao próximo percurso pra entregar o chip pro companheiro que nem vemos as horas passar. Mais um desafio foi cumprido. E comprido. Sigo treinando para nos próximos ter melhor desempenho. Fiquem com a foto da nossa chegada e tenham a certeza de que não existe momento de maior felicidade no Mountain Do.

Corrida Coruja

Demorei pra postar e aparecer de novo, mas cá estamos. No sábado posterior à maratona, já participei de outra corrida. Na quinta-feira, minhas dores já tinham sumido. E como a inscrição já tava paga, só me restou ir pra Jurerê Internacional participar da Corrida Coruja. Era uma corrida noturna, aí você já entende o Coruja no nome. Visando o Mountain Do, treinei no sábado de manhã nas dunas da Praia dos Ingleses. Não estava no que eu chamo de condição ideal para correr em um bom ritmo.

Desde o começo já sabia que ia ser uma corrida só pra completar, sem forçar muito. Choveu bastante momentos antes da largada, mas durante a corrida parou, o que deixou o tempo meio abafado. Sei lá se pode se chamar de tática o que adotei, mas decidi correr a primeira metade mais forte porque na parte final ia sentir os efeitos do treino nas dunas. Dito e feito. O ritmo caiu no final, apareceu um pequeno incômodo na perna e, mesmo assim, o tempo foi bem razoável.

A corrida deveria ter 10 km, mas por algum motivo que desconheço, encurtaram 1 km. Pelo menos, fechou exatamente em 9 km. Dos males, o menor. A prova de 5 km teve, portanto, 4.5 km. Todos os atletas receberam essa medalha aí de cima. Medalha bem sem graça, por sinal. Fora que a camisa era tamanho único, com um tecido bem ruim. Por outro lado, havia pares de tênis como prêmios, além de um par sorteado entre os participantes, e a corrida teve chip.

Muito mais não pode ser escrito, já que não foi uma corrida com grandes acontecimentos. Foi minha 58ª prova. O melhor de tudo é encontrar os amigos que foram feitos por causa das corridas. É o que faz valer a pena, muita da vezes. O caminho de volta ainda me proporcionou uma ida ao Ragazzo, comer coxinhas e outras coisas. Recuperei as calorias que gastei na corrida. Faz parte. Correr permite, por vezes, comer sem muita culpa. O exagero na comida faz a culpa voltar. Comemos. E corremos.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Minha maratona em números

Depois da ansiedade, euforia e felicidade da maratona, parei com mais calma para olhar meus tempos e parciais de cada quilômetro marcados pelo GPS.

10 km 1:00:55 (6:05 min/km)

20 km 1:05:21 (6:32 min/km) - Total 2:06:16

30 km 1:10:01 (7:00 min/km) - Total 3:16:17

40 km 1:22:57 (8:17 min/km) - Total 4:39:14

2.2 km 0:15:10 (6:53 min/km) - Total 4:54:24

42 km em 4:54:24 (tempo líquido. Na foto acima, da minha chegada, aparece o tempo bruto)

Quase consegui correr no tempo que planejei enquanto tentava dormir nos dias que antecediam a maratona. Dividi a corrida em 4 partes de 10 km. Queria fazer 10 km em 1:00:00, 20 km em 1:05:00, 30 km em 1:10:00, 40 km em 1:15:00 e os últimos 2,2 km do jeito que fosse possível. Desse modo, calculava terminar a prova em 4:45:00. Os últimos 10 km, como era previsto, foram os mais complicados e acrescentaram 8 minutos no meu tempo final.

O mais interessante dessas parciais é que fiz a prova toda no escuro, por assim dizer. Só liguei o aplicativo com GPS no celular e corri. Não me preocupei em ver qual era o meu tempo em cada quilômetro. O máximo que eu via, quando possível, era a distância. Meio sem querer, correndo sem saber o tempo, fiz o ritmo que pretendia. Sinal de que já estou conhecendo meu corpo. Gostei. A próxima maratona será ainda melhor.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Maratona de Santa Catarina

Foram 42 km. 4 horas, 54 minutos e 24 segundos. Aconteceu tanta coisa nesse período, antes e depois, que nem sei por onde começar, por onde acabar. Vai ser o texto mais sem sentido de todos que já escrevi. Minha primeira maratona. Quem diria? Meu sonho se tornou realidade, muito antes do que eu imaginava. Tenho a certeza que escolhi a maratona certa pra fazer minha estreia. Corri com meus primos e amigos e tive apoio da família e de vários amigos, que fiz justamente porque inventei de começar a correr. Não faltou incentivo.

Todo mundo torcendo a favor e os treinos (não muitos, é verdade) não podia dar em outra coisa. Uma prova muito difícil, talvez (quase com certeza) até pior do que nos meus pensamentos, mas concluída com sucesso. A semana anterior foi de muita expectativa e ansiedade. A noite de sábado foi a mais longa de todas. Deitei às 21 horas e ainda estava acordado quando o relógio marcava 22:30. Dormi e acordei às 01:10 da manhã. Dormi de novo, mas acordei novamente às 04:40 e fiquei esperando o despertador tocar.

Os preparativos foram normais como em todas as outras corridas. Sabia que o que estava me esperando era algo bem maior, muito maior, do que qualquer coisa que eu já tivesse feito. Pegar o chip e esperar a largada foi tranquilo. Ir duas vezes ao banheiro em 15 minutos pode ser considerado tranquilo nessa situação. O momento da largada chegou e não tinha mais volta. Já não tinha há quase um mês, lá em 06/09, quando paguei o boleto, mas naquele instante realmente não podia mais desistir. Era largar e correr.

Enfim, largamos. A largada mais esperada da minha vida. 42 km me esperavam e eu não tinha previsão nenhuma pra completar a prova. Fiz várias contas teóricas na minha cabeça nas semanas que antecederam a maratona. Nenhuma delas se confirmou. Nas minhas teorias insanas, não levei em conta o estado do meu corpo e pernas depois do km 30. Mesmo com as imprevisibilidades prevísiveis, se fosse possível, queria terminar em menos de 5 horas. Esse objetivo foi atingido.

Gel, água e Gatorade. Esse foi meu tripé para me manter durante todo o percurso. E aqui cabem elogios e mais elogias à organização da prova. Muitos postos com água e Gatorade. A cada posto, dois copos de água e um de Gatorade. Assim foi até o fim. Minha bexiga não aguentou e no km 35 precisei usar um dos banheiros. Foi a única vez que parei na prova. Das outras vezes que não corri, andei. Corri sem parar até os 27,5 km. Depois foi praticamente um treino fartlek. Andei quase 1 km, do km 36 ao 37, pra pegar fôlego e correr sem parar a partir do km 39.

Falar sobre a corrida e pace e desempenho? Não vai dar, lamento. Foram momentos inesquecíves, mas que não consigo traduzir em letrinhas para formar um texto. São coisas que vão ficar pra sempre na minha memória e, talvez, mais pra frente, consiga externar melhor. Só digo que fiz o 2º km em 5:06. Isso foi uma surpresa. Mais não falo. O desempenho é irrelevante. Completar a minha primeira maratona é muito mais importante. Talvez na próxima maratona me preocupe mais com o tempo.

A chegada. O momento mais emocionante. Na última passagem no túnel, minhas pernas tremeram, foi uma sensação muito estranha. Nem parecia que eu mandava nelas. Dentro do túnel era abafado. Nunca sair de um túnel me fez tão bem. A luz do dia, das quase 13 horas da tarde, o ar fresco, o vento, a visão dos cones apontando para a passarela, onde era a chegada. Faltava muito pouco. Nem sei direito o que fiz na hora, mas as fotos registraram. Até que agi normalmente. Deu vontade de chorar, mas consegui segurar. Melhor sorrir. E completar a tão temida, aguardada e linda maratona.

Sei lá, não vou conseguir lembrar de todo mundo que ajudou e participou dessa conquista. Agradecimentos não faltam. Pra tentar não esquecer ninguém, vamos assim então. Minha família, apesar da minha mãe achar uma loucura (de fato, ela não estava errada), meus primos corredores, Fernando e Jules (culpa deles eu ter começado a correr), a TreineBem (valeu, Robson) e todo o pessoal do Loucos por Corridas do Facebook foram importantes. Preciso também agradecer ao meu corpo, que me aguentou por 42 km. Valeu, corpo. Continuamos juntos. Mais corridas vem aí. Não vamos parar.

sábado, 1 de outubro de 2011

O (ainda) maior desafio de todos os tempos

Pouca gente deve lembrar, mas fiz um post tempo atrás, na véspera da minha primeira meia maratona. Falava a respeito do maior desafio da minha curta carreira de corredor. Uso quase o mesmo título, um pouco modificado, porque agora é que realmente vem o maior desafio de todos os tempos, sem dúvida nenhuma. Serão 42 km. Maratona. Meu sonho de quando comecei a correr.

Parecia tão longe. E, vejam só, é amanhã. Faltam menos de 12 horas pra largada. Espero que seja a primeira de algumas maratonas. Nas próximas pretendo treinar mais. Treinei, mas decidi meio em cima da hora. Posso me preparar melhor. Amanhã vai ser só pra completar, do jeito que for, e me divertir. 42 km por Floripa. Nada mal pra uma primeira maratona.

A preparação foi feita. Falta muito pouco. Quero dormir bem cedo, já que vou acordar às 5 da manhã. Pretendo dormir 8 horas, mas querer não é dormir. A ansiedade pode me atrapalhar o sono. Vou tentar. Dormindo ou não, estarei lá para a largada. Se tudo der certo, completarei a prova em até 5 horas. Ou perto disso. Maratona vem aí e nada mais importa.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A tal da ansiedade

Domingo. Esse é o dia. Essa é a data. Eis o evento: Maratona de Santa Catarina. Minha primeira maratona. A última semana foi a semana mais interminável da minha vida. Uma ansiedade que poucas vezes apareceu antes. Os dias que antecedem uma corrida sempre são tomados de certa ansiedade, mas nada comparável com essa que se faz presente em mim neste momento.

Semana longa, que não passou. Não teve nem um jogo do Grêmio no meio da semana pra me distrair. Só consegui pensar na maratona. Às vezes, nem queria, mas não tinha em mais o que pensar. Pra completar, a maratona resolveu aparecer nos meus sonhos, involuntariamente. Sinal de que alguém está esperando muito o domingo chegar.

Ainda faltam 2 dias. O que eu tinha pra treinar, foi treinado. Nada mais posso fazer. Só descansar e esperar. As horas se arrastam, mas em algum momento a largada vai chegar. Não vejo a hora disso acontecer. Espero por um tempo nublado no dia da corrida. Muito sol e chuva constante são extremos, ambos ruins. 42 km me esperam. Eu vou! E volto pra contar.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

2ª Corrida Rústica Beira Mar de São José

Depois de um treino de 21 km no sábado, o sol resolveu aparecer com tudo na manhã de domingo. Não tive como ficar dormindo e fui pra Beira Mar de São José, onde aconteceria uma corrida. Eram 8 km, em um trajeto já bastante conhecido. Resolvi participar dessa prova pra fazer um treino e me não ficar parado, pensando em manter o ritmo (de tartaruga) para a maratona. O objetivo era correr tranquilamente, da maneira que fosse possível, já que o sol não deu trégua e a largada aconteceu depois das 9 horas (atrasou demais, como sempre).

O maior problema das corridas é que nunca consigo começar correndo mais devagar. Alguma coisa acontece e o ritmo sempre é acima do normal. A largada foi dada e eu tentei sair sem forçar, só pra completar os 8 km. A princípio, tudo ia bem, e muitos corredores me passaram. Aí eu comecei a ficar agoniado de ver tanta gente me passar e vi que dava pra acelerar mais um pouco. Acelerei e passei alguns que tiveram a ousadia de me ultrapassar. Consegui manter a velocidade até o 3º km, caindo um pouco no 4º km.

A metade da prova chegou e ali ficou estabelecida minha posição na corrida. Não passei e ninguém mais me passou. Meu tempo foi muito satisfatório, com pace de 5:27 min/km. Meio inacreditável até. Corri sem me preocupar com o tempo e a distância. Liguei o GPS, mas tirei o som. Foi uma corrida no escuro. Ou melhor, no sol, muito sol, que, vejam só, queimou meu rosto e meus braços. Nota mental para a próxima corrida: usar protetor solar.

Esse foi um bom treino antes da maratona, já que era uma corrida, e nas corridas eu sempre me esforço um pouco mais. E, mesmo assim, continuo perdendo pra mim mesmo. Se é corrida, tem medalha. E, na verdade, fui mais pra completar minha 56ª corrida e ganhar a 56ª medalha. Além, é claro, de encontrar o pessoal que corre e participa do evento. Melhor companhia não há. O tempo não era importante e, talvez até por isso, foi melhor do que o esperado. Domingo é dia de maratona e eu não penso em outra coisa.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mudança de hábito

Minha meta de postar todo dia se perdeu ali pelo mês de junho. Entregar o TCC tomou um tempo e treinar pra Meia de Floripa tomou o outro tempo. A frequência de coisas escritas diminui e a maioria dos textos que aqui apareceram foram sobre corridas. Corridas e treinos, treinos e corridas. Virou praticamente um blog sobre corridas, mesmo que essa não fosse a intenção. O fato é que, depois de formado, só me resta trabalhar e correr. E eu gosto de correr. Muito mais do que trabalhar. Aí o blog tá virado em correria.

Tentando voltar aos posts diários, já sabendo que amanhã ou depois não vou conseguir, volto a falar das corridas. Lá nos idos de 2008, um jovem sedentário, um pouco acima do peso, corria, quando corria, 3 km na esteira e se achava um monstro. Aí por influência de dois primos, aos quais existe eterna gratidão, o sujeito se inscreveu na prova de 10 km da Maratona de Santa Catarina que se realizou naquele ano. O rapaz demorou 1h10m pra completar 10 km, cheio de dores nas pernas e calos e bolhas nos pés. Ainda chovia muito. A corrida com mais chuva que ele participou.

A partir daí, o dito jovem de 21 anos começou a gostar de correr. Obviamente, demorou pra treinar e correr com frequência, mas aquela vontade de correr se instalou naquele corpo. 2008 e 2009 foram anos de atividade física no verão e paradas longas no inverno. A vida sedentária, ao menos, foi abandonada. Em 2010, o jovem resolveu levar as coisas mais a sério. Enfrentou suas primeiras dores no joelho, investiu em tênis e roupas adequadas. Hoje, em 2011, ele pode ser chamado de atleta. Muito amador, é verdade, mas um atleta. Se o Ronaldo era chamado de atleta, todo mundo pode ser. Enfim, a corrida mudou os hábitos dessa pessoa.

O peso foi perdido, chegou a mais de 10 quilos. Atualmente, aumentou um pouco e estagnou. No entanto, muito melhor do que era. As camisas são G, não mais GG. As calças começaram a cair. Novas precisaram ser compradas. O refrigerante foi deixado de lado. O que falta mesmo é parar de comer tanta porcaria e correr mais. Não se corre tudo que se quer, mas não fica parado. O sedentarismo sumiu. A vida agora é mais saudável. Resumidamente, foi assim que a correria começou. Essa é minha vida, essa é minha história (by Nextel). Eu corro e não vou mais parar. Não por vontade própria.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A distância já não assusta tanto

Correr, não parar de correr. Isso é vida. Não sei se já falei aqui, mas vou correr a Maratona de Santa Catarina, que vai se realizar no dia 02 de outubro desse 2011. Foi uma decisão meio repentina, um pouco estúpida e sem noção também. Afinal, venho treinando, mas não era específico pra uma maratona. A oportunidade de correr uma maratona na cidade onde moro também influenciou. Paguei o boleto da inscrição e não tem mais volta. Só me restava treinar um pouco mais, aumentar os treinos longos e ver no que vai dar. O resultado final vocês vão saber no início de outubro.

O fato é que depois de efetuado o pagamento do boleto, já fiz dois treinos longos. Antigamente, treino longo pra mim era passar dos 10 km, correr tipo uns 10,1 km. Isso era a coisa mais longa do mundo. Aí surgiu a meia maratona e o treino longo aumentou pra 15, 16 km. Ainda assim não era o que se podia chamar de looongo. Demorei, mas fiz meu primeiro treino longo. Corri quase sem parar 27 km em 3 horas. Vi que era possível. Basta um pouco de paciência, sem exigir muito do corpo, correr só por correr.

Ontem, mais um longo. Dessa vez, dando a volta ao Centro de Floripa. Pouco mais de 21 km percorridos, mas em um tempo bem razoável. Achei até que corri mais rápido do que o normal para um treino longo. Deve ter sido por correr em grupo. A vantagem de não correr sozinho é que você corre um pouco mais rápido e nem sente tanto. Posso dizer que correr 21 km tá ficando cada vez menos complicado. Não significa que as dores não apareçam logo depois do treino e no dia seguinte, mas parece que meu corpo está se acostumando com a ideia de grandes distâncias.

Não sei mais quantos treinos longos farei. O certo é que a preparação para a maratona segue seu rumo normal na anormalidade de não ter muito tempo pra treinar. Correndo essas distâncias maiores percebi que a maratona vai ser bem complicada. Não que eu achasse o contrário, mas foi, digamos, uma confirmação da teoria. Pra não dizer que tenho certeza, acredito que consiga completar a prova, só não sei em que condições e com qual tempo. O objetivo principal é se divertir correndo durante os 42 km, ou enquanto o corpo permitir. Faltam 16 dias para a maratona.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Track & Field Run Series Florianópolis

Arroz de festa. Eis uma expressão que pode definir bem minha participação em corridas. Semana passada, fui em uma com quase 100. Ontem, fui corri a Track & Field, que contou com mais de 1000 participantes. Esta sim pode ser chamada de CORRIDA, de fato. Baita evento. Largada em frente ao Shopping Iguatemi, estacionamento gratuito. Organização, apoio, água, frutas, nada a reclamar nessa parte. Só achei feia a tal da medalha. Que coisa mais sem graça. A do ano passado foi bem melhor. Vejam a foto aí em cima e comprovem a falta de beleza nela.

Dessa vez, não vou me ater a descrever a corrida como um todo. Vai ser um resumo. Ou tentativa. A semana de chuva ficou pra trás e o domingo nos presenteou com um baita sol, ótimo tempo. Ideal para acordar cedo e correr. Nem o fato de eu ter ido a um casamento e ter dormido às 2 horas da manhã, totalizando incríveis 4 horas do sono, me prejudicou na corrida. Com a ajuda do meu primo Jules, que me puxou a prova toda, consegui fazer meu segundo melhor tempo nos 10 km. Queria fazer abaixo de 50, mas ainda não foi o dia. Completei a prova em 53m04s.

O tempo foi bem satisfatório e o resultado também. Na faixa etária, fiquei em 7º de 19. Esse fato foi o que mais me deixou feliz. Sei que nesses eventos com milhares de participantes vem gente que corre pouco ou nem treina direito. Mas foi muito significativo. Fosse uma daquelas provas que premiassem por categoria, ficaria a duas posições do troféu. Depois da maratona, o foco vai ser em abaixar esse tempo nos 10 km. A competição não é com os outros, é comigo mesmo. E eu geralmente perco. Tá errado. 55 corridas no total, 17 no ano (arroz de festa do começo do texto) e contando.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Treinando na chuva

Chega o 7 de setembro, feriado. Vem o pensamento de correr e fazer aquele super longo, visando a maratona. Aí a pessoa aqui esquece de desativar o despertador automático e acorda às 7 horas, como em todos os dias da semana que não são feriado. Foi ruim, mas acabou sendo bom. Saí pra correr e não estava chovendo, antes das 8 horas ainda.

Nem deu meia hora e a chuva começou. E não parou mais. Pensei em desistir e voltar pra casa, mas tinha que cumprir a meta que me comprometi a fazer: correr 3 horas. A chuva diminuiu. A chuva aumentou. Até parou. Ficou fraquinha. Enfim, fiquei todo molhado, mas foi o melhor dos treinos. Claro que tenho quase certeza que não sairia pra correr se tivesse chovendo.

Sair de casa logo cedo, com o tempo só nublado, foi o que melhor poderia ter acontecido. Pegar chuva no decorrer do treino é aceitável e é até bom. Começar com chuva é complicado. Durante as 3 horas, corri 27 km e descobri dores que nunca tive antes. Descobri também que correr 27 km e gastar mais de 2 mil calorias não significa emagrecer. Maratona vem aí. Se segura!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Corrida da Primavera

Julho foi um mês excelente de corridas. Foram 4 participações. Agosto parecia que ia ser melhor. Não foi. Vento, chuva e frio, além de poucas provas, contribuíram para um sedentarismo forçado e preguiçoso. Em agosto, só consegui participar do Mountain Do. Chega setembro e, se tudo der certo, vou correr 5 provas. A primeira da lista foi no último domingo, a Corrida da Primavera, organizada pela ACORSJ, na Beira Mar de Florianópolis.

O dia estava bonito, mas havia o vento. Na Beira Mar, esse vento ficou mais acentuado. O sol saiu e amenizou um pouco. Frio ninguém passou, eu acho. Como vinha de uma semana parado e apenas um treino de 10 km no sábado, queria correr tranquilamente, sem pensar em tempo, nem forçar muito. Mas vai dizer isso pro meu corpo e pras minhas pernas quando é dada a largada. É corrida, não é treino, me empolgo e saio como se o mundo fosse acabar.

A prova deveria ter 10 km, teve um pouco menos, coisa de aproximadamente 9.33 km, perto disso. No primeiro quilômetro, o idiota aqui correu a 4:51 min/km. Aí o pace foi subindo, como sempre acontece. Uma hora minhas pernas iam cobrar o começo um tanto explosivo. No 8º e 9º km, cheguei a 6:00 min/km. Normal. Quando vi que estava chegando, acelerei pra passar um dos três corredores que havia me passado depois dos 5 km. Foram pouco mais de 300 metros, mas nessa distância corri a 4:05 min/km.

Logo, alguma coisa eu preciso mudar. Meu começo é bom porque eu me empolgo com a largada e o final também pode ser bom, se eu tiver alguma energia pra acelerar e terminar o quanto antes. O tempo foi além do esperado. O cansaço pós-prova apareceu e coxas e panturrilhas ficaram um tanto prejudicadas. Nada de grave e anormal. Anormal sou eu não saber me controlar e sair correndo sem critério.

O mais supreendente foi o resultado: chamaram meu nome porque fiquei em terceiro lugar na categoria. Não tinha muita gente correndo, mas mesmo assim não esperava. Fiquei bem contente. Mais um troféu pra coleção. Agora são 9 inacreditáveis troféus. Vou sentir saudade da categoria 20-24 anos. Preciso treinar e melhorar mais o meu tempo. Os Loucos por Corridas estavam lá e, por óbvio que se possa imaginar, animaram a prova.

Se tenho alguma coisa pra reclamar, é do horário da largada. Atrasou meia hora, como é comum acontecer nessas provas, digamos, menores. Atrapalha um pouco. Fora isso, o trajeto foi interessante, já que é raro correr em direção ao Centrosul. Mais provas estão por vir. A próxima é a Track and Field. Depois tem mais e mais. Sabe o que eu vou fazer? Correr todas. Vai que sobra um troféu de novo. Comece a correr você também, seu sedentário!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Intempéries

O tempo em Floripa está uma porcaria. Pra cada 6 dias com chuva tem 1 com sol. Essa proporção não é a ideal. Me tornei, praticamente, um atleta de fim de semana. Durante a semana, as noites são de vento ou chuva. Sobram os sábados e domingos, quando sobram. No último sábado, dei sorte. Tempo nublado, sem vento, adequado para a prática do desporto da corrida. Saí de casa com o objetivo de correr o máximo possível.

Fui para um lado, voltei, fui pro outro, subi vários morros, desci vários outros e, no final de tudo, corri 18 km em pouco mais de 2 horas. O tempo foi até alto, mas não tava muito preocupado com essa parte. Queria erra correr bastante. Os morros do caminho também contribuiram para o tempo elevado. A pior parte foi ter esquecido de levar a minha garrafa de água. Nos últimos 2 km, estava com a boca seca, querendo qualquer gota mínima de água.

Esse treino foi bom para subir morros. No atual momento, não tenho mais pavor dos morros. Quando vejo algum, logo penso, como se fosse uma narração do Galvão Bueno, "pra cima deles!". E me largo no aclive. Prefiro subir do que descer. Meus joelhos reclamam mais na descida. O próximo treino será somente em terreno plano. Quero correr até definhar, o que deve dar, devido ao tempo parado, algo em torno de 10 km.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mountain Do Praia do Rosa

A loucura não tem fim. A correria também não. Sábado aconteceu o Mountain Do Praia do Rosa, minha primeira corrida de aventura (que é como chamam) sozinho, tipo eu comigo mesmo. Distância ínfima, só 18 km em dunas, trilhas, areia da praia, mar. Nada que não fosse esperado, mas que sempre consegue surpreender. Correr na praia no inverno não é a melhor das ideias. Se no dia da prova ainda tem muito vento, temos a combinação perfeita pra passar frio. Menos mal que tinha sol, o que amenizou um pouco o congelamento iminente dos ossos.

É lógico que o idiota aqui resolveu correr de regata. Pensou: "ah, daqui a pouco esquenta, não tem problema". Pior pensamento. O começo foi, de certa forma, tranquilo. Foram 2 km até chegar às dunas e ali que a coisa começou a tomar sua forma mais desagradável. Subir as dunas foi muito ruim. Descer é mais legal, apesar do medo de sair rolando. Nas dunas, perdi contato com alguns corredores. Para minha surpresa, encontrei todos em seguida. Havia uma subida, um caminho apenas, bem estreito. Formou-se uma grande fila pra subir, todos andando e esperando. Alguns minutos perdidos.

Aí tudo continuou como deveria, sofrendo nas trilhas e nas areias. As dunas acabaram, veio um pequeno trecho de estrada de chão, suficiente para eu ser ultrapassado por mais alguns corredores, e começou uma trilha bem inconveniente. Galhos e pedras no caminho, alguns tropeços. Tudo, digamos, tranquilo. Mais na frente, parou tudo novamente. Uma subida muito inclinada no meio do mato e todo mundo andando. Mais alguns minutos esperando. A parte boa é que consegui tomar água e descansar um pouco.

Teve tantas trilhas e praias e água gelada do mar que nem sei descrever. O que sei é que no meio do mato meu GPS teve alguns problemas. Eu sabia que estava marcando a distância a menor, mas mesmo assim foi assustador sair na praia e perceber que só tinha corrido metade do percurso. Parecia que eu tinha ficado uma eternidade naquelas trilhas, tipo uns 10 km. Pura ilusão. Nessas alturas, o tênis já tava todo sujo de lama e pouco me importei de correr na água da praia. Era uma forma de limpar um pouco o pisante.

O percurso que passava pela praia foi o pior, porque juntava a água fria do mar com um vento cortante. Quase não senti minhas mãos. Falando nisso, a água oferecida pela organização estava MUITO gelada. Esse ponto deve ser elogiado, mas, no frio de sábado, essa água quase congelou minhas mãos. Talvez seja um pouco de frescura de um sujeito que foi correr de regata. Mas tava frio. Pelo menos a sede foi saciada. Aí acaba a praia e tem uma escada com uns 20 degraus pra subir. Cadê força? Subi andando.

Em corridas de aventura, nunca dá pra pensar que o pior já passou. Sempre pode piorar. Mais uma trilhas e pedras e, de repente, uma subida ignorantemente enorme. Não acabava nunca. Que agonia. O GPS marcou 121 metros de altitude na distância de 1 km. Coisa de louco. Tudo que sobe tem que descer. E desceu. Que descida! Em grama. Não tinha mais fim. Meus joelhos nem aguentavam mais tanta descida. Perder o controle no declive é a pior coisa que pode acontecer. Fui todo atrapalhado, quase caindo.

Quase não acreditei quando acabei a última trilha. Teve o lado ruim. Ainda faltavam alguns quilômetros de estrada de chão. Dos males, o menos pior. O importante foi continuar até o fim. Meio correndo, meio andando, meio se arrastando. É, a conta dos meios não fecha um inteiro, mas acho que todos entenderam. 18 km e 2h16m55s depois, cheguei. Dolorido, sem pernas e sem joelhos. Tudo dentro do planejado. Bem contente e feliz. Ainda ganhei uma toalha e tinha muitas frutas e Gatorade. Organização da prova perfeita.

Me perguntaram qual foi a melhor parte da corrida. Eu sinceramente não sabia responder. Gostei de tudo. Beleza natural impressionante. Também me perguntaram qual foi a parte mais difícil. Também não consegui responder. Foi tudo difícil. Caí duas vezes, uma delas na lama, ganhei alguns arranhões, um espinho na minha mão, vários tropeços em galhos e pedras e um tênis muito sujo. Tudo que tem que acontecer com quem participa do Mountain Do. Só posso dizer uma coisa: tem oportunidade? Corra um Mountain Do. Não há hipótese de se arrepender.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

27ª Meia Maratona de Gaspar

É com certa vergonha pela demora que venho escrever sobre a meia maratona que participei há 11 dias. Demorei tanto pra escrever que não sei se vou lembrar de muita coisa. Nunca mais atraso tanto pra postar sobre uma corrida. A memória já é ruim. Vamos ver o que consigo fazer nas linhas abaixo.

Primeiro de tudo: Gaspar não é uma cidade perto de Florianópolis. Acordei às 4:30 da manhã, a fim de me preparar e esperar a carona. Carona essa dada pelo Eduardo, mais a companhia do Renato e da Marta, corredores e fotógrafa oficial dos Loucos por Corridas. Enfim, acordei bem cedo e o tempo estava daquele jeito invernal. Um pouco de vento, outro pouco de frio e mais um pouco de chuva fina. Perfeito pra dormir. Pra correr também.

Foi minha segunda meia maratona. Dessa vez, já sabia que poderia correr 21 km. Como ainda estava meio afetado fisicamente pelas três corridas seguidas nos fins de semana anteriores, decidi que correria só pela diversão, sem tentar bater meu recorde pessoal. Se acontecesse, tanto melhor, mas não era o objetivo. Como o tempo estava demonstrando, a corrida começou com chuva fina e intensa. No começo da corrida não era o melhor cenário, mas depois ajudou a não sentir calor.

Fui no meu ritmo normal devagar, mas fiquei impressionado com o tanto de gente que me passou. Isso aconteceu, além da minha lentidão, porque tinha uma prova de 6 km também, no mesmo percurso. Aí já viu. Pessoal adoidado correndo pra fazer 6 km em 24 minutos e coisa e tal. Passados os 6 km, as coisas começaram a se normalizar. Continua no pelotão de trás, mas não em último, o que já me servia.

Tentei me concentrar em só correr. Até que estava dando certo. O problema começou lá no 8º km. Algumas pessoas na rua aplaudindo e incentivando me fizeram aumentar o ritmo. É aquela coisa de tentar aparecer e mostrar que tá bem. Muito errado. Gastei muito energia no lugar desnecessário. Me aguentei até o 12º km, o último km com pace abaixo de 6:00 min/km. A partir dali, tudo acima de 6 minutos, exceto no km 18. Por algum motivo que desconheço, fiz abaixo.

Uma das piores coisas nas corridas de rua é a parte de voltar pelo mesmo caminho de onde veio. Pior ainda é ver que mais de 250 corredores já passaram voltando por você e tu ainda está a caminho do 13º, onde se faz a volta. Desanima um pouco. Aí eu chego no lugar que faz a volta e ainda faltam mais 8 km. Cadê o ânimo? Ficou pra trás, mas precisava achar rapidamente. Posso dizer que a volta, os últimos 8 km, foi uma longa espera pela chegada.

Demorou, demorou, demorou, mas cheguei. Firme e forte. Mentira. Meio firme, não muito forte e totalmente cansado. Minhas pernas já se manifestavam. A segunda meia maratona foi mais tranquila porque eu já sabia que ia conseguir, mas mesmo assim foi sofrida porque meu corpo ainda reclama pra fazer 21 km. Aspesctos que vão ser aperfeiçoados para futuras meias maratonas.

Fim de prova, medalha gigante e frutas. Como a prova teve sua largada e chegada no Bela Vista Country Club, havia vestiários para tomar banho. Aquilo foi realmente muito bom. Depois assistimos a premiação e almoçamos. Só faltava mais quase 2 horas de volta pra casa. Uma viagem que valeu a pena. Resultado da meia: 287º de 333 no geral. Bem razoável. Tardei, mas relatei os fatos. Não sei se foi tudo exatamente assim, mas é algo perto disso.

sábado, 6 de agosto de 2011

Pensamentos sucintos para o momento

Me peguei pensando instantes atrás. Já corri uma meia maratona. Atualmente, meu tempo de meia é em torno de 2 horas. Aí eu penso na maratona. Nas atuais condições, embora não tenha muita condição, meu tempo seria, no mínimo, o dobro. Coisa de 4 horas ou mais, bem mais, talvez. Nesse ponto que surge meu pensamento do dia. Se a corrida começar 8 horas, só vou ver a linha de chegada depois do meio-dia.

Quando pensei nisso, comecei a ficar um pouco preocupado. 4 horas correndo não é pouca coisa, imagino. Opinião totalmente baseada no achismo e na percepção de quem já completou duas meias maratonas. Agora pensa em mais de quatro horas e correndo além do meio-dia. Em um dia de sol, tudo vai ficar pior. Problemas futuros à parte, quero fazer uma maratona. Deve ser divertido correr sem parar, em teoria, 42 km.

Diversas dores pelo caminho, caminho muito longo, mas tudo isso deve compensar. Este ano é improvável, mas pra 2012 a meta é uma maratona. Até porque, se o mundo acabar, quero ter corrido ao menos uma maratona. A meta de 2011 era uma meia. Lesões sem sentido no joelho quase adiaram. Já foram duas meias. Nada mais resta a não ser treinar mais e mais. A maratona é logo ali.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

10 milhas Inplac

Mais um fim de semana de corrida, mais um domingo pra correr. Dessa vez, o desafio era um pouco maior. 16 km, de Antônio Carlos até Biguaçu. Concentração na Inplac e ida de ônibus até o local da largada. Problemas em cima da hora mudaram o lugar da largada. Largamos no meio do mato. Não faço ideia de onde estava. Sabia que estava perdido e que dali teria que correr até Biguaçu. Outros problemas organizacionais atrasaram a largada em 1 hora. Já ia largar em um horário ruim, 10 horas, e ficou pior largando às 11 horas. Nada conspirou a favor da prova, mas iria piorar.

Tinha conhecimento de que havia morros e mais morros durante todo o percurso. Uns mais inclinados, outros nem tanto. Mas todos morros, com suas dificuldades inerentes. Comecei muito forte, dentro do meu padrão de ritmo, para uma prova de 16 km e com muitas subidas. O resultado isso foi um desempenho desastroso a partir do 9º km. O que eu falei que ia piorar na prova vem agora: houve apenas dois pontos de distribuição de água, no km 4 e no km 12. Pra uma prova às 11 horas e com trajeto difícil, foi INSUFICIENTE, pra dizer o mínimo.

Quando cheguei no km 8 e vi que não tinha nenhuma água, meu ânimo, meu psicológico e meu físico se juntaram e decidiram que ia ser muito complicado seguir no ritmo que eu estava. Aguentei até o km 9, mas depois a queda foi inevitável. Quando a água aparece no km 12, não adiantava mais. Eu já estava morto e praticamente sem forças. Fui me arrastando até o final. Do km 13 até o final, o ritmo caiu bem mais. Enfim, era uma pessoa que fingia correr, esperando ansiosamente por ver a chegada, e sendo ultrapassado por todo mundo.

Posso dizer, sem dúvidas, que essa prova foi uma das mais difíceis que corri. Percurso difícil e longo, atraso pra largar e falta de água. Consegui deixar a prova mais complicada descendo os primeiros morros muito rápido. Senti um leve incômodo no joelho, que me fez diminuir o ritmo inclusive nas partes plana. Além desse pequeno incômodo, tive todas as dores normais de quem corre 16 km, subindo e descendo morro. Queria tanto terminar a prova que parei de correr quando vi os cones. Ainda tinha mais 100 metros até o interior do ginásio. Essa parte fiz andando. Não aguentava mais. Fingi que corri antes de completar só pra sair bem na foto.

Apesar da organização problemática, a prova serviu pra aprender a correr em situações adversas. Era melhor que não houvesse tantos problemas, mas esses mesmos problemas vão ser úteis para futuras corridas que participarei. Espero que a organização melhore no próximo ano também. Por fim, a melhor parte. Sem querer, inacreditavelmente, ganhei um troféu nessa corrida. Na pior corrida, um troféu. Fui 5º colocado na minha categoria (20-24 anos). Fiquei surpreso e bem contente. Melhor ainda foi ver que tinha 6 corredores. Ou seja, ganhei de um, fato raro. O troféu amenizou um pouco o desempenho mediano na corrida. Tempo ruim, resultado bom.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

2ª Volta à Lagoa da Conceição Power Fit

Voltei à Lagoa da Conceição para correr. Em 2009 havia sido a primeira e última vez até então. Voltei pela segunda vez para a segunda volta à Lagoa. Já imaginava como seria o percurso, mas tinha o objetivo de, pelo menos, fazer um tempo abaixo de 2009, o que, convenhamos, era um objetivo facilmente alcançável. Em 2009, eu era nível tartaturga manca subindo a ladeira. Obviamente, fiz um tempo bem menor. Nota comemorativa antes de continuar o texto: essa foi a 50ª corrida rústica que participei.

Continuando. O tal do tempo estava bem adequado para correr. Pouco vento, exceto na área perto da água, no começo do percurso, algum sol e nenhuma chuva. O tempo em termos de minutos disse antes que foi satisfatório. Podia ter sido melhor. A largada é aquela empolgação de sempre. Começo a correr como se não houvesse amanhã, inebriado por aquela atmosfera antes da corrida iniciar. Vou bem até a metade da corrida geralmente. Nessa corrida, que tem algumas subidas e um morro totalmente inibidor, o ritmo caiu mais cedo.

O motivo? A subida começou pelo 4,5 km. Aí não tinha mais volta e ainda faltava meia volta na Lagoa. Esse trocadilho de "volta" com a "Volta" à Lagoa é muito sem graça, mas não resisto. Enfim, a pequena subida se tornou no morro mais temido. Subiu, subiu e subiu. O fôlego ficou perdido no início do morro, mas digo com muita satisfação que corri o tempo todo. Quase morri, mas não andei no morro amaldiçoado.

Na minha memória de peixe, não lembrava que esse era O morro e não tinha mais nada tão ameaçador até o final. Pensava que ainda viria um outro pra me quebrar de vez. E não veio nada. Esse fato atrapalhou um pouco meu desempenho na parte final. O que mais atrapalhou foi o cansaço da subida do morro. Desci, mas não era mais a mesma coisa. O ritmo ficou nos 6:00 min/km. Tentava abaixar, mas o constante sobe e desce da rua não era a coisa mais motivadora do mundo.

No último quilômetro quis ficar bem comigo mesmo e me esforcei um pouco, por mínimo que fosse. Fiz o pace abaixo dos 6 min/km e me senti menos mal. Correr em volta da Lagoa proporciona ter do seu lado uma vista sensacional. Confesso que pouco me concentrei nela, visto que estava preocupado com o morro que estava por vir. Além disso, a parte boa foi que, apesar de diminuir o ritmo, corri os 10 km e não me senti morto. Estava até bem demais pros meus padrões. Só consigo pensar que os treinos serviram pra alguma coisa. Olha o percurso percorrido na foto aí embaixo.
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