quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Intempéries

O tempo em Floripa está uma porcaria. Pra cada 6 dias com chuva tem 1 com sol. Essa proporção não é a ideal. Me tornei, praticamente, um atleta de fim de semana. Durante a semana, as noites são de vento ou chuva. Sobram os sábados e domingos, quando sobram. No último sábado, dei sorte. Tempo nublado, sem vento, adequado para a prática do desporto da corrida. Saí de casa com o objetivo de correr o máximo possível.

Fui para um lado, voltei, fui pro outro, subi vários morros, desci vários outros e, no final de tudo, corri 18 km em pouco mais de 2 horas. O tempo foi até alto, mas não tava muito preocupado com essa parte. Queria erra correr bastante. Os morros do caminho também contribuiram para o tempo elevado. A pior parte foi ter esquecido de levar a minha garrafa de água. Nos últimos 2 km, estava com a boca seca, querendo qualquer gota mínima de água.

Esse treino foi bom para subir morros. No atual momento, não tenho mais pavor dos morros. Quando vejo algum, logo penso, como se fosse uma narração do Galvão Bueno, "pra cima deles!". E me largo no aclive. Prefiro subir do que descer. Meus joelhos reclamam mais na descida. O próximo treino será somente em terreno plano. Quero correr até definhar, o que deve dar, devido ao tempo parado, algo em torno de 10 km.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mountain Do Praia do Rosa

A loucura não tem fim. A correria também não. Sábado aconteceu o Mountain Do Praia do Rosa, minha primeira corrida de aventura (que é como chamam) sozinho, tipo eu comigo mesmo. Distância ínfima, só 18 km em dunas, trilhas, areia da praia, mar. Nada que não fosse esperado, mas que sempre consegue surpreender. Correr na praia no inverno não é a melhor das ideias. Se no dia da prova ainda tem muito vento, temos a combinação perfeita pra passar frio. Menos mal que tinha sol, o que amenizou um pouco o congelamento iminente dos ossos.

É lógico que o idiota aqui resolveu correr de regata. Pensou: "ah, daqui a pouco esquenta, não tem problema". Pior pensamento. O começo foi, de certa forma, tranquilo. Foram 2 km até chegar às dunas e ali que a coisa começou a tomar sua forma mais desagradável. Subir as dunas foi muito ruim. Descer é mais legal, apesar do medo de sair rolando. Nas dunas, perdi contato com alguns corredores. Para minha surpresa, encontrei todos em seguida. Havia uma subida, um caminho apenas, bem estreito. Formou-se uma grande fila pra subir, todos andando e esperando. Alguns minutos perdidos.

Aí tudo continuou como deveria, sofrendo nas trilhas e nas areias. As dunas acabaram, veio um pequeno trecho de estrada de chão, suficiente para eu ser ultrapassado por mais alguns corredores, e começou uma trilha bem inconveniente. Galhos e pedras no caminho, alguns tropeços. Tudo, digamos, tranquilo. Mais na frente, parou tudo novamente. Uma subida muito inclinada no meio do mato e todo mundo andando. Mais alguns minutos esperando. A parte boa é que consegui tomar água e descansar um pouco.

Teve tantas trilhas e praias e água gelada do mar que nem sei descrever. O que sei é que no meio do mato meu GPS teve alguns problemas. Eu sabia que estava marcando a distância a menor, mas mesmo assim foi assustador sair na praia e perceber que só tinha corrido metade do percurso. Parecia que eu tinha ficado uma eternidade naquelas trilhas, tipo uns 10 km. Pura ilusão. Nessas alturas, o tênis já tava todo sujo de lama e pouco me importei de correr na água da praia. Era uma forma de limpar um pouco o pisante.

O percurso que passava pela praia foi o pior, porque juntava a água fria do mar com um vento cortante. Quase não senti minhas mãos. Falando nisso, a água oferecida pela organização estava MUITO gelada. Esse ponto deve ser elogiado, mas, no frio de sábado, essa água quase congelou minhas mãos. Talvez seja um pouco de frescura de um sujeito que foi correr de regata. Mas tava frio. Pelo menos a sede foi saciada. Aí acaba a praia e tem uma escada com uns 20 degraus pra subir. Cadê força? Subi andando.

Em corridas de aventura, nunca dá pra pensar que o pior já passou. Sempre pode piorar. Mais uma trilhas e pedras e, de repente, uma subida ignorantemente enorme. Não acabava nunca. Que agonia. O GPS marcou 121 metros de altitude na distância de 1 km. Coisa de louco. Tudo que sobe tem que descer. E desceu. Que descida! Em grama. Não tinha mais fim. Meus joelhos nem aguentavam mais tanta descida. Perder o controle no declive é a pior coisa que pode acontecer. Fui todo atrapalhado, quase caindo.

Quase não acreditei quando acabei a última trilha. Teve o lado ruim. Ainda faltavam alguns quilômetros de estrada de chão. Dos males, o menos pior. O importante foi continuar até o fim. Meio correndo, meio andando, meio se arrastando. É, a conta dos meios não fecha um inteiro, mas acho que todos entenderam. 18 km e 2h16m55s depois, cheguei. Dolorido, sem pernas e sem joelhos. Tudo dentro do planejado. Bem contente e feliz. Ainda ganhei uma toalha e tinha muitas frutas e Gatorade. Organização da prova perfeita.

Me perguntaram qual foi a melhor parte da corrida. Eu sinceramente não sabia responder. Gostei de tudo. Beleza natural impressionante. Também me perguntaram qual foi a parte mais difícil. Também não consegui responder. Foi tudo difícil. Caí duas vezes, uma delas na lama, ganhei alguns arranhões, um espinho na minha mão, vários tropeços em galhos e pedras e um tênis muito sujo. Tudo que tem que acontecer com quem participa do Mountain Do. Só posso dizer uma coisa: tem oportunidade? Corra um Mountain Do. Não há hipótese de se arrepender.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

27ª Meia Maratona de Gaspar

É com certa vergonha pela demora que venho escrever sobre a meia maratona que participei há 11 dias. Demorei tanto pra escrever que não sei se vou lembrar de muita coisa. Nunca mais atraso tanto pra postar sobre uma corrida. A memória já é ruim. Vamos ver o que consigo fazer nas linhas abaixo.

Primeiro de tudo: Gaspar não é uma cidade perto de Florianópolis. Acordei às 4:30 da manhã, a fim de me preparar e esperar a carona. Carona essa dada pelo Eduardo, mais a companhia do Renato e da Marta, corredores e fotógrafa oficial dos Loucos por Corridas. Enfim, acordei bem cedo e o tempo estava daquele jeito invernal. Um pouco de vento, outro pouco de frio e mais um pouco de chuva fina. Perfeito pra dormir. Pra correr também.

Foi minha segunda meia maratona. Dessa vez, já sabia que poderia correr 21 km. Como ainda estava meio afetado fisicamente pelas três corridas seguidas nos fins de semana anteriores, decidi que correria só pela diversão, sem tentar bater meu recorde pessoal. Se acontecesse, tanto melhor, mas não era o objetivo. Como o tempo estava demonstrando, a corrida começou com chuva fina e intensa. No começo da corrida não era o melhor cenário, mas depois ajudou a não sentir calor.

Fui no meu ritmo normal devagar, mas fiquei impressionado com o tanto de gente que me passou. Isso aconteceu, além da minha lentidão, porque tinha uma prova de 6 km também, no mesmo percurso. Aí já viu. Pessoal adoidado correndo pra fazer 6 km em 24 minutos e coisa e tal. Passados os 6 km, as coisas começaram a se normalizar. Continua no pelotão de trás, mas não em último, o que já me servia.

Tentei me concentrar em só correr. Até que estava dando certo. O problema começou lá no 8º km. Algumas pessoas na rua aplaudindo e incentivando me fizeram aumentar o ritmo. É aquela coisa de tentar aparecer e mostrar que tá bem. Muito errado. Gastei muito energia no lugar desnecessário. Me aguentei até o 12º km, o último km com pace abaixo de 6:00 min/km. A partir dali, tudo acima de 6 minutos, exceto no km 18. Por algum motivo que desconheço, fiz abaixo.

Uma das piores coisas nas corridas de rua é a parte de voltar pelo mesmo caminho de onde veio. Pior ainda é ver que mais de 250 corredores já passaram voltando por você e tu ainda está a caminho do 13º, onde se faz a volta. Desanima um pouco. Aí eu chego no lugar que faz a volta e ainda faltam mais 8 km. Cadê o ânimo? Ficou pra trás, mas precisava achar rapidamente. Posso dizer que a volta, os últimos 8 km, foi uma longa espera pela chegada.

Demorou, demorou, demorou, mas cheguei. Firme e forte. Mentira. Meio firme, não muito forte e totalmente cansado. Minhas pernas já se manifestavam. A segunda meia maratona foi mais tranquila porque eu já sabia que ia conseguir, mas mesmo assim foi sofrida porque meu corpo ainda reclama pra fazer 21 km. Aspesctos que vão ser aperfeiçoados para futuras meias maratonas.

Fim de prova, medalha gigante e frutas. Como a prova teve sua largada e chegada no Bela Vista Country Club, havia vestiários para tomar banho. Aquilo foi realmente muito bom. Depois assistimos a premiação e almoçamos. Só faltava mais quase 2 horas de volta pra casa. Uma viagem que valeu a pena. Resultado da meia: 287º de 333 no geral. Bem razoável. Tardei, mas relatei os fatos. Não sei se foi tudo exatamente assim, mas é algo perto disso.

sábado, 6 de agosto de 2011

Pensamentos sucintos para o momento

Me peguei pensando instantes atrás. Já corri uma meia maratona. Atualmente, meu tempo de meia é em torno de 2 horas. Aí eu penso na maratona. Nas atuais condições, embora não tenha muita condição, meu tempo seria, no mínimo, o dobro. Coisa de 4 horas ou mais, bem mais, talvez. Nesse ponto que surge meu pensamento do dia. Se a corrida começar 8 horas, só vou ver a linha de chegada depois do meio-dia.

Quando pensei nisso, comecei a ficar um pouco preocupado. 4 horas correndo não é pouca coisa, imagino. Opinião totalmente baseada no achismo e na percepção de quem já completou duas meias maratonas. Agora pensa em mais de quatro horas e correndo além do meio-dia. Em um dia de sol, tudo vai ficar pior. Problemas futuros à parte, quero fazer uma maratona. Deve ser divertido correr sem parar, em teoria, 42 km.

Diversas dores pelo caminho, caminho muito longo, mas tudo isso deve compensar. Este ano é improvável, mas pra 2012 a meta é uma maratona. Até porque, se o mundo acabar, quero ter corrido ao menos uma maratona. A meta de 2011 era uma meia. Lesões sem sentido no joelho quase adiaram. Já foram duas meias. Nada mais resta a não ser treinar mais e mais. A maratona é logo ali.
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