sábado, 29 de outubro de 2011

18ª Mini Maratona Santos Dumont

Mais um sábado, mais uma corrida. Lá fui eu. A última que havia corrido foi no Mountain Do. Eram 5 dias parados, nem tanto pelo desgaste, mais pelo joelho ainda em recuperação. A corrida da Base Aérea seria um teste pra sentir como estava. Como eu esperava, foi tudo bem, sem dores no joelho, que era o meu maior medo. Sem essa dor pra incomodar, só me restava correr. Foi a quarta corrida em quatro fins de semana. Fui mais porque era de graça, mas acho que iria mesmo se não fosse.

Ano passado, não consegui participar dessa mesma corrida. Cheguei atrasado e perdi a largada. Precisava correr este ano. Quase questão de honra. Corrida sábado à tarde, já com horário de verão, não parecia ser a melhor das ideias. Largada às 16 horas, sol das 15 horas. Sol mesmo. Tinha muito sol. E na base aérea de Florianópolis o que menos tinha era lugar para correr longe do sol. Este ano, o percurso continuo o mesmo, mas inverteu o sentido da corrida.

Dessa vez, largamos em direção ao morro. Subidas grandes e pequenas, descidas também, os 2 primeiros km foram assim. Depois, os outros 8 km eram só em percurso plano, mas com muito sol na cabeça. Pensei que talvez fosse bom enfrentar o morro logo no começo, mas foi exatamente o contrário. Talvez o calor tenha atrapalhado também, mais do que o planejado. As árvores ao lado da estrada proporcionava os poucos momentos de sombra.

Não foi a minha melhor corrida. Foi uma das mais cansativas, na verdade. Cinco dias parado, correndo à tarde, com sol, tudo deve ter influenciado. Completei a prova do jeito que dava. O objetivo mesmo era ter mais uma corrida no currículo e pegar a 60ª medalha pra coleção. Sábado pássado teve uma corrida. Amanhã, domingo, tem outra: a Meia Maratona de Pomerode. Será a 5ª corrida em 5 fins de semana. Outubro foi o melhor mês.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Mountain Do Lagoa da Conceição

Corri uma maratona. O que mais podia fazer? Mountain Do em dupla é a resposta. Dividir aqueles 72.9 km com outra pessoa. Só tinha corrido em octeto até então, mas depois da maratona não tive muita escolha. Eu e o Marcelo formamos uma das duplas da TreineBem. Em quilômetros, corri menos do que na maratona, mas foi bem mais cansativo. Correr em areia, dunas, trilhas e subidas sem fim tem lá suas complicações, as quais pude sentir.

Participar de um Mountain Do, embora caro (R$ 190,00), é muito bom. Vale o investimento. Se puder, participe. O Mountain Do Lagoa da Conceição é dividido em 8 percursos. Nas duplas, cada um corre 4. Fiquei com o percurso 2, 4, 6 e 7. A parte de dobrar o percurso foi minha. 18 km direto. Abaixo, segue uma tentativa de descrever os acontecimentos e minhas sensações em cada um dos quatro percursos que corri. Nosso tempo total foi de 8:37:05.

Percurso 2 (8.6 km): era a parte mais mais tranquila. Primeiro percurso, descansado, totalmente plano. Saía do Novo Campeche e seguia até a Praia da Joaquina. O que dificultava era a parte em estrada de chão e mais da metade do trajeto na area da praia. Eu via a Joaquina lá longe e parecia que ela se afastava cada vez mais. Não chegava nunca. A areia mais dura, melhor de correr, era inclinada e ficava muito perto da água. Já comecei a maltratar meus pés ali. O sol também resolveu aparecer pra dificultar mais um pouco o percurso menos complicado. Cheguei e passei o chip pro Marcelo. Vai pro carro, se desloca pra Praia Mole e come e bebe antes de começar a correr de novo. Se der tempo, alongar e aquecer ajuda.

Percurso 4 (7.6 km): saí da Praia Mole e fui pra Barra da Lagoa. Percurso muito complicado. Depois de alguns metros na areia fofa da Praia Mole, começou a trilha. Até então, tava tranquilo. Subidas e descidas normais. Mais um pouco de praia e aí começou a subida. Subiu, subiu, subiu e não parava de subir. Admiro quem consegue correr a maior parte do tempo nessas subidas. Eu ainda não consigo. O pior de subir muito é que a descida é na mesma inclinação. Muitas pedras no caminho. Meu tênis não segurava muito bem, quase escorreguei em algumas ocasiões. O quase virou realidade. O pé escorregou e eu fui, mas fui pedra abaixo. No princípio, tentei me segurar, mas lembrei que depois que cai nem adianta segurar. Deixei a gravidade me levar até o fim. Levantei, com dores, e continuei. Nem tinha visto o que tinha machucado. Só sei que no meio da trilha sentia os matos e galhos batendo no joelho e sentia muita dor. Olhei e vi muito sangue. Tava feio. Bravamente, digamos assim, completei o trajeto até a Barra da Lagoa, entreguei o chip pro Marcelo e me dirigi à ambulância pra limpar o machucado e me preparar para os 18 km que faltavam.

Percurso 6 (8.2 km): a parte mais difícil ia começar. Dois percursos seguidos. Do Rio Vermelho até a Vargem Grande e dali pro Canto da Lagoa. Ficou pior ainda depois do meu machucado. A proteção no joelho aguentou uns 5 km. Depois caiu. Foi ficando cada vez mais ruim de correr. O impacto da pisada se refletia em dor no joelho. Mesmo assim, essa primeira parte, com algumas subidas em estrada de chão, foi relativamente tranquila. Ainda ganhei uma garrafa de água de um desconhecido em um carro. Essas coisas só se vê no Mountain Do mesmo. Aquela água foi muito útil no caminho. No fim do percurso, comecei a sentir uma dor na sola do pé, dor essa que muito me atrapalharia no último percurso.

Percurso 7 (9.8 km): o percurso mais complicado, sem dúvidas, mas também o mais esperado, já que era o último. A dor na sola do pé ficou insuportável. Não conseguia correr mais do que 1 ou 2 minutos. Acho que o impacto das pisadas nos percursos anteriores, principalmente na praia e na trilha, resultaram nessa dor. Tentava correr, mas logo andava novamente. Foi o percurso que mais demorei. Era interminável. Pra pior, ainda tinha muita trilha pra subir. E que subida! Cansei demais. Isso que só andei. A descida foi igualmente acentuada. Dessa vez, não cai, mas pouco pude fazer. Depois de muito tempo, tomando cuidado com as pedras e com a trilha molhada, entreguei o chip pro Marcelo. Minha parte estava concluída. Fiz o que dava, mas podia ser melhor. A queda não prevista atrapalhou meu desempenho. Não que eu fosse ser o cara mais rápido do Mountain Do, mas, com certeza, faria um tempo melhor.

Do Canto da Lagoa, peguei um barco e fui pro Canto dos Araçás. Consegui alcançar o Marcelo no fim do percurso pra chegarmos juntos no LIC. Acho que corri quase 1 km com ele. Nesse momento, as dores foram esquecidas. O que importava era chegar, os dois ao mesmo tempo. E chegamos. 8:37:05 depois. Pra quem corre, não parece que foi tanto assim. Ficamos tão envolvidos em correr e em chegar ao próximo percurso pra entregar o chip pro companheiro que nem vemos as horas passar. Mais um desafio foi cumprido. E comprido. Sigo treinando para nos próximos ter melhor desempenho. Fiquem com a foto da nossa chegada e tenham a certeza de que não existe momento de maior felicidade no Mountain Do.

Corrida Coruja

Demorei pra postar e aparecer de novo, mas cá estamos. No sábado posterior à maratona, já participei de outra corrida. Na quinta-feira, minhas dores já tinham sumido. E como a inscrição já tava paga, só me restou ir pra Jurerê Internacional participar da Corrida Coruja. Era uma corrida noturna, aí você já entende o Coruja no nome. Visando o Mountain Do, treinei no sábado de manhã nas dunas da Praia dos Ingleses. Não estava no que eu chamo de condição ideal para correr em um bom ritmo.

Desde o começo já sabia que ia ser uma corrida só pra completar, sem forçar muito. Choveu bastante momentos antes da largada, mas durante a corrida parou, o que deixou o tempo meio abafado. Sei lá se pode se chamar de tática o que adotei, mas decidi correr a primeira metade mais forte porque na parte final ia sentir os efeitos do treino nas dunas. Dito e feito. O ritmo caiu no final, apareceu um pequeno incômodo na perna e, mesmo assim, o tempo foi bem razoável.

A corrida deveria ter 10 km, mas por algum motivo que desconheço, encurtaram 1 km. Pelo menos, fechou exatamente em 9 km. Dos males, o menor. A prova de 5 km teve, portanto, 4.5 km. Todos os atletas receberam essa medalha aí de cima. Medalha bem sem graça, por sinal. Fora que a camisa era tamanho único, com um tecido bem ruim. Por outro lado, havia pares de tênis como prêmios, além de um par sorteado entre os participantes, e a corrida teve chip.

Muito mais não pode ser escrito, já que não foi uma corrida com grandes acontecimentos. Foi minha 58ª prova. O melhor de tudo é encontrar os amigos que foram feitos por causa das corridas. É o que faz valer a pena, muita da vezes. O caminho de volta ainda me proporcionou uma ida ao Ragazzo, comer coxinhas e outras coisas. Recuperei as calorias que gastei na corrida. Faz parte. Correr permite, por vezes, comer sem muita culpa. O exagero na comida faz a culpa voltar. Comemos. E corremos.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Minha maratona em números

Depois da ansiedade, euforia e felicidade da maratona, parei com mais calma para olhar meus tempos e parciais de cada quilômetro marcados pelo GPS.

10 km 1:00:55 (6:05 min/km)

20 km 1:05:21 (6:32 min/km) - Total 2:06:16

30 km 1:10:01 (7:00 min/km) - Total 3:16:17

40 km 1:22:57 (8:17 min/km) - Total 4:39:14

2.2 km 0:15:10 (6:53 min/km) - Total 4:54:24

42 km em 4:54:24 (tempo líquido. Na foto acima, da minha chegada, aparece o tempo bruto)

Quase consegui correr no tempo que planejei enquanto tentava dormir nos dias que antecediam a maratona. Dividi a corrida em 4 partes de 10 km. Queria fazer 10 km em 1:00:00, 20 km em 1:05:00, 30 km em 1:10:00, 40 km em 1:15:00 e os últimos 2,2 km do jeito que fosse possível. Desse modo, calculava terminar a prova em 4:45:00. Os últimos 10 km, como era previsto, foram os mais complicados e acrescentaram 8 minutos no meu tempo final.

O mais interessante dessas parciais é que fiz a prova toda no escuro, por assim dizer. Só liguei o aplicativo com GPS no celular e corri. Não me preocupei em ver qual era o meu tempo em cada quilômetro. O máximo que eu via, quando possível, era a distância. Meio sem querer, correndo sem saber o tempo, fiz o ritmo que pretendia. Sinal de que já estou conhecendo meu corpo. Gostei. A próxima maratona será ainda melhor.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Maratona de Santa Catarina

Foram 42 km. 4 horas, 54 minutos e 24 segundos. Aconteceu tanta coisa nesse período, antes e depois, que nem sei por onde começar, por onde acabar. Vai ser o texto mais sem sentido de todos que já escrevi. Minha primeira maratona. Quem diria? Meu sonho se tornou realidade, muito antes do que eu imaginava. Tenho a certeza que escolhi a maratona certa pra fazer minha estreia. Corri com meus primos e amigos e tive apoio da família e de vários amigos, que fiz justamente porque inventei de começar a correr. Não faltou incentivo.

Todo mundo torcendo a favor e os treinos (não muitos, é verdade) não podia dar em outra coisa. Uma prova muito difícil, talvez (quase com certeza) até pior do que nos meus pensamentos, mas concluída com sucesso. A semana anterior foi de muita expectativa e ansiedade. A noite de sábado foi a mais longa de todas. Deitei às 21 horas e ainda estava acordado quando o relógio marcava 22:30. Dormi e acordei às 01:10 da manhã. Dormi de novo, mas acordei novamente às 04:40 e fiquei esperando o despertador tocar.

Os preparativos foram normais como em todas as outras corridas. Sabia que o que estava me esperando era algo bem maior, muito maior, do que qualquer coisa que eu já tivesse feito. Pegar o chip e esperar a largada foi tranquilo. Ir duas vezes ao banheiro em 15 minutos pode ser considerado tranquilo nessa situação. O momento da largada chegou e não tinha mais volta. Já não tinha há quase um mês, lá em 06/09, quando paguei o boleto, mas naquele instante realmente não podia mais desistir. Era largar e correr.

Enfim, largamos. A largada mais esperada da minha vida. 42 km me esperavam e eu não tinha previsão nenhuma pra completar a prova. Fiz várias contas teóricas na minha cabeça nas semanas que antecederam a maratona. Nenhuma delas se confirmou. Nas minhas teorias insanas, não levei em conta o estado do meu corpo e pernas depois do km 30. Mesmo com as imprevisibilidades prevísiveis, se fosse possível, queria terminar em menos de 5 horas. Esse objetivo foi atingido.

Gel, água e Gatorade. Esse foi meu tripé para me manter durante todo o percurso. E aqui cabem elogios e mais elogias à organização da prova. Muitos postos com água e Gatorade. A cada posto, dois copos de água e um de Gatorade. Assim foi até o fim. Minha bexiga não aguentou e no km 35 precisei usar um dos banheiros. Foi a única vez que parei na prova. Das outras vezes que não corri, andei. Corri sem parar até os 27,5 km. Depois foi praticamente um treino fartlek. Andei quase 1 km, do km 36 ao 37, pra pegar fôlego e correr sem parar a partir do km 39.

Falar sobre a corrida e pace e desempenho? Não vai dar, lamento. Foram momentos inesquecíves, mas que não consigo traduzir em letrinhas para formar um texto. São coisas que vão ficar pra sempre na minha memória e, talvez, mais pra frente, consiga externar melhor. Só digo que fiz o 2º km em 5:06. Isso foi uma surpresa. Mais não falo. O desempenho é irrelevante. Completar a minha primeira maratona é muito mais importante. Talvez na próxima maratona me preocupe mais com o tempo.

A chegada. O momento mais emocionante. Na última passagem no túnel, minhas pernas tremeram, foi uma sensação muito estranha. Nem parecia que eu mandava nelas. Dentro do túnel era abafado. Nunca sair de um túnel me fez tão bem. A luz do dia, das quase 13 horas da tarde, o ar fresco, o vento, a visão dos cones apontando para a passarela, onde era a chegada. Faltava muito pouco. Nem sei direito o que fiz na hora, mas as fotos registraram. Até que agi normalmente. Deu vontade de chorar, mas consegui segurar. Melhor sorrir. E completar a tão temida, aguardada e linda maratona.

Sei lá, não vou conseguir lembrar de todo mundo que ajudou e participou dessa conquista. Agradecimentos não faltam. Pra tentar não esquecer ninguém, vamos assim então. Minha família, apesar da minha mãe achar uma loucura (de fato, ela não estava errada), meus primos corredores, Fernando e Jules (culpa deles eu ter começado a correr), a TreineBem (valeu, Robson) e todo o pessoal do Loucos por Corridas do Facebook foram importantes. Preciso também agradecer ao meu corpo, que me aguentou por 42 km. Valeu, corpo. Continuamos juntos. Mais corridas vem aí. Não vamos parar.

sábado, 1 de outubro de 2011

O (ainda) maior desafio de todos os tempos

Pouca gente deve lembrar, mas fiz um post tempo atrás, na véspera da minha primeira meia maratona. Falava a respeito do maior desafio da minha curta carreira de corredor. Uso quase o mesmo título, um pouco modificado, porque agora é que realmente vem o maior desafio de todos os tempos, sem dúvida nenhuma. Serão 42 km. Maratona. Meu sonho de quando comecei a correr.

Parecia tão longe. E, vejam só, é amanhã. Faltam menos de 12 horas pra largada. Espero que seja a primeira de algumas maratonas. Nas próximas pretendo treinar mais. Treinei, mas decidi meio em cima da hora. Posso me preparar melhor. Amanhã vai ser só pra completar, do jeito que for, e me divertir. 42 km por Floripa. Nada mal pra uma primeira maratona.

A preparação foi feita. Falta muito pouco. Quero dormir bem cedo, já que vou acordar às 5 da manhã. Pretendo dormir 8 horas, mas querer não é dormir. A ansiedade pode me atrapalhar o sono. Vou tentar. Dormindo ou não, estarei lá para a largada. Se tudo der certo, completarei a prova em até 5 horas. Ou perto disso. Maratona vem aí e nada mais importa.
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