terça-feira, 18 de outubro de 2011

Mountain Do Lagoa da Conceição

Corri uma maratona. O que mais podia fazer? Mountain Do em dupla é a resposta. Dividir aqueles 72.9 km com outra pessoa. Só tinha corrido em octeto até então, mas depois da maratona não tive muita escolha. Eu e o Marcelo formamos uma das duplas da TreineBem. Em quilômetros, corri menos do que na maratona, mas foi bem mais cansativo. Correr em areia, dunas, trilhas e subidas sem fim tem lá suas complicações, as quais pude sentir.

Participar de um Mountain Do, embora caro (R$ 190,00), é muito bom. Vale o investimento. Se puder, participe. O Mountain Do Lagoa da Conceição é dividido em 8 percursos. Nas duplas, cada um corre 4. Fiquei com o percurso 2, 4, 6 e 7. A parte de dobrar o percurso foi minha. 18 km direto. Abaixo, segue uma tentativa de descrever os acontecimentos e minhas sensações em cada um dos quatro percursos que corri. Nosso tempo total foi de 8:37:05.

Percurso 2 (8.6 km): era a parte mais mais tranquila. Primeiro percurso, descansado, totalmente plano. Saía do Novo Campeche e seguia até a Praia da Joaquina. O que dificultava era a parte em estrada de chão e mais da metade do trajeto na area da praia. Eu via a Joaquina lá longe e parecia que ela se afastava cada vez mais. Não chegava nunca. A areia mais dura, melhor de correr, era inclinada e ficava muito perto da água. Já comecei a maltratar meus pés ali. O sol também resolveu aparecer pra dificultar mais um pouco o percurso menos complicado. Cheguei e passei o chip pro Marcelo. Vai pro carro, se desloca pra Praia Mole e come e bebe antes de começar a correr de novo. Se der tempo, alongar e aquecer ajuda.

Percurso 4 (7.6 km): saí da Praia Mole e fui pra Barra da Lagoa. Percurso muito complicado. Depois de alguns metros na areia fofa da Praia Mole, começou a trilha. Até então, tava tranquilo. Subidas e descidas normais. Mais um pouco de praia e aí começou a subida. Subiu, subiu, subiu e não parava de subir. Admiro quem consegue correr a maior parte do tempo nessas subidas. Eu ainda não consigo. O pior de subir muito é que a descida é na mesma inclinação. Muitas pedras no caminho. Meu tênis não segurava muito bem, quase escorreguei em algumas ocasiões. O quase virou realidade. O pé escorregou e eu fui, mas fui pedra abaixo. No princípio, tentei me segurar, mas lembrei que depois que cai nem adianta segurar. Deixei a gravidade me levar até o fim. Levantei, com dores, e continuei. Nem tinha visto o que tinha machucado. Só sei que no meio da trilha sentia os matos e galhos batendo no joelho e sentia muita dor. Olhei e vi muito sangue. Tava feio. Bravamente, digamos assim, completei o trajeto até a Barra da Lagoa, entreguei o chip pro Marcelo e me dirigi à ambulância pra limpar o machucado e me preparar para os 18 km que faltavam.

Percurso 6 (8.2 km): a parte mais difícil ia começar. Dois percursos seguidos. Do Rio Vermelho até a Vargem Grande e dali pro Canto da Lagoa. Ficou pior ainda depois do meu machucado. A proteção no joelho aguentou uns 5 km. Depois caiu. Foi ficando cada vez mais ruim de correr. O impacto da pisada se refletia em dor no joelho. Mesmo assim, essa primeira parte, com algumas subidas em estrada de chão, foi relativamente tranquila. Ainda ganhei uma garrafa de água de um desconhecido em um carro. Essas coisas só se vê no Mountain Do mesmo. Aquela água foi muito útil no caminho. No fim do percurso, comecei a sentir uma dor na sola do pé, dor essa que muito me atrapalharia no último percurso.

Percurso 7 (9.8 km): o percurso mais complicado, sem dúvidas, mas também o mais esperado, já que era o último. A dor na sola do pé ficou insuportável. Não conseguia correr mais do que 1 ou 2 minutos. Acho que o impacto das pisadas nos percursos anteriores, principalmente na praia e na trilha, resultaram nessa dor. Tentava correr, mas logo andava novamente. Foi o percurso que mais demorei. Era interminável. Pra pior, ainda tinha muita trilha pra subir. E que subida! Cansei demais. Isso que só andei. A descida foi igualmente acentuada. Dessa vez, não cai, mas pouco pude fazer. Depois de muito tempo, tomando cuidado com as pedras e com a trilha molhada, entreguei o chip pro Marcelo. Minha parte estava concluída. Fiz o que dava, mas podia ser melhor. A queda não prevista atrapalhou meu desempenho. Não que eu fosse ser o cara mais rápido do Mountain Do, mas, com certeza, faria um tempo melhor.

Do Canto da Lagoa, peguei um barco e fui pro Canto dos Araçás. Consegui alcançar o Marcelo no fim do percurso pra chegarmos juntos no LIC. Acho que corri quase 1 km com ele. Nesse momento, as dores foram esquecidas. O que importava era chegar, os dois ao mesmo tempo. E chegamos. 8:37:05 depois. Pra quem corre, não parece que foi tanto assim. Ficamos tão envolvidos em correr e em chegar ao próximo percurso pra entregar o chip pro companheiro que nem vemos as horas passar. Mais um desafio foi cumprido. E comprido. Sigo treinando para nos próximos ter melhor desempenho. Fiquem com a foto da nossa chegada e tenham a certeza de que não existe momento de maior felicidade no Mountain Do.

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Ler também é um exercício. Exercício lembra corrida e já escrevi demais aqui. Fui correr!

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