segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Maratona de Santa Catarina

Foram 42 km. 4 horas, 54 minutos e 24 segundos. Aconteceu tanta coisa nesse período, antes e depois, que nem sei por onde começar, por onde acabar. Vai ser o texto mais sem sentido de todos que já escrevi. Minha primeira maratona. Quem diria? Meu sonho se tornou realidade, muito antes do que eu imaginava. Tenho a certeza que escolhi a maratona certa pra fazer minha estreia. Corri com meus primos e amigos e tive apoio da família e de vários amigos, que fiz justamente porque inventei de começar a correr. Não faltou incentivo.

Todo mundo torcendo a favor e os treinos (não muitos, é verdade) não podia dar em outra coisa. Uma prova muito difícil, talvez (quase com certeza) até pior do que nos meus pensamentos, mas concluída com sucesso. A semana anterior foi de muita expectativa e ansiedade. A noite de sábado foi a mais longa de todas. Deitei às 21 horas e ainda estava acordado quando o relógio marcava 22:30. Dormi e acordei às 01:10 da manhã. Dormi de novo, mas acordei novamente às 04:40 e fiquei esperando o despertador tocar.

Os preparativos foram normais como em todas as outras corridas. Sabia que o que estava me esperando era algo bem maior, muito maior, do que qualquer coisa que eu já tivesse feito. Pegar o chip e esperar a largada foi tranquilo. Ir duas vezes ao banheiro em 15 minutos pode ser considerado tranquilo nessa situação. O momento da largada chegou e não tinha mais volta. Já não tinha há quase um mês, lá em 06/09, quando paguei o boleto, mas naquele instante realmente não podia mais desistir. Era largar e correr.

Enfim, largamos. A largada mais esperada da minha vida. 42 km me esperavam e eu não tinha previsão nenhuma pra completar a prova. Fiz várias contas teóricas na minha cabeça nas semanas que antecederam a maratona. Nenhuma delas se confirmou. Nas minhas teorias insanas, não levei em conta o estado do meu corpo e pernas depois do km 30. Mesmo com as imprevisibilidades prevísiveis, se fosse possível, queria terminar em menos de 5 horas. Esse objetivo foi atingido.

Gel, água e Gatorade. Esse foi meu tripé para me manter durante todo o percurso. E aqui cabem elogios e mais elogias à organização da prova. Muitos postos com água e Gatorade. A cada posto, dois copos de água e um de Gatorade. Assim foi até o fim. Minha bexiga não aguentou e no km 35 precisei usar um dos banheiros. Foi a única vez que parei na prova. Das outras vezes que não corri, andei. Corri sem parar até os 27,5 km. Depois foi praticamente um treino fartlek. Andei quase 1 km, do km 36 ao 37, pra pegar fôlego e correr sem parar a partir do km 39.

Falar sobre a corrida e pace e desempenho? Não vai dar, lamento. Foram momentos inesquecíves, mas que não consigo traduzir em letrinhas para formar um texto. São coisas que vão ficar pra sempre na minha memória e, talvez, mais pra frente, consiga externar melhor. Só digo que fiz o 2º km em 5:06. Isso foi uma surpresa. Mais não falo. O desempenho é irrelevante. Completar a minha primeira maratona é muito mais importante. Talvez na próxima maratona me preocupe mais com o tempo.

A chegada. O momento mais emocionante. Na última passagem no túnel, minhas pernas tremeram, foi uma sensação muito estranha. Nem parecia que eu mandava nelas. Dentro do túnel era abafado. Nunca sair de um túnel me fez tão bem. A luz do dia, das quase 13 horas da tarde, o ar fresco, o vento, a visão dos cones apontando para a passarela, onde era a chegada. Faltava muito pouco. Nem sei direito o que fiz na hora, mas as fotos registraram. Até que agi normalmente. Deu vontade de chorar, mas consegui segurar. Melhor sorrir. E completar a tão temida, aguardada e linda maratona.

Sei lá, não vou conseguir lembrar de todo mundo que ajudou e participou dessa conquista. Agradecimentos não faltam. Pra tentar não esquecer ninguém, vamos assim então. Minha família, apesar da minha mãe achar uma loucura (de fato, ela não estava errada), meus primos corredores, Fernando e Jules (culpa deles eu ter começado a correr), a TreineBem (valeu, Robson) e todo o pessoal do Loucos por Corridas do Facebook foram importantes. Preciso também agradecer ao meu corpo, que me aguentou por 42 km. Valeu, corpo. Continuamos juntos. Mais corridas vem aí. Não vamos parar.

3 comentários:

  1. ... a sua vontade de chorar se transformou em um timido sorriso como vc descreveu, mas, eu chorei por vc... senti sua espectativa, vivi td seu emoção, alegrias e até mesmo as dores em ler seu "texto", querido sobrinho, viajei la para meus tempos de faculdade, quando estudei sobre atividades aerobicas e cara... não tem como imaginar , pois, sentir é individualizado, podemos sim estar ciente da emoção que tais sentindo de ter se superado, fostes alem dos limites de seu corpo. Parabéns!!! Sou muito orgulhosa por ser sua tia e tenha certeza que sempre acreditei em vc . Te amo bjs da tia Euda

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  2. cara bem vindo ao mundo de quem correu a sua primeira maratona, parabéns, pode ter certeza que muitas outra surpresas, e coisas boas virão, te falei que era magico independente do tempo, completar é tudo, te falei que ia sofrer mas ia adorar, abraços Maratonista, no Brasil existe em torno de 6000 maratonista apenas. mais uma vêz parabèns

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  3. Parabéns aí amigo, Maratona é Maratona...

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Deixe seu comentário. AVISO: Leio todos os comentários. Não respondo por preguiça.

Ler também é um exercício. Exercício lembra corrida e já escrevi demais aqui. Fui correr!

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