Mais uma maratona no caminho. Destino: Blumenau. Fui. Fomos, na verdade. Eu, Renato, Eduardo e Leila para correr e Marta e Egomar, que pegou os kits e nos ajudou durante a corrida, na equipe de apoio. Novamente, acordei cedo, às 3:30 da manhã. Toda a rotina pré-prova feita, saímos de madrugada rumo a Itajaí. Fomos os primeiros a chegar, tanto é que pensamos que estávamos no lugar errado. Com o tempo, todos os corredores foram chegando nos ônibus. Ainda antes das 7 horas largamos para a longa jornada.
Decidi tentar correr junto com o Eduardo e o Renato. Não sou tão rápido quanto eles, mas na maratona, logo no início, talvez o ritmo fosse razoável para seguir. Consegui acompanhá-los até o km 7. Depois, percebi que cometi um erro. Esses 7 km em 37:47 foram muito abaixo do que eu pretendia. Como era início de corrida, não senti nada, estava até bem. Só que, a partir do 8º km, não consegui manter o ritmo e voltei ao que eu pretendia originalmente.
No meu ritmo, corri do km 8 ao 25, com paces variando entre 5:30 e 5:40. Por volta do km 18, acompanhei um corredor e mantive o ritmo que estava começando a cair. Na chegada do km 21, um outro corredor veio mais rápido e fui junto com ele. O ritmo voltou a ficar estável. O problema é que ali no 24º já senti umas dores indesejáveis na perna. Tive certeza que o começo forte estava cobrando o preço. Quando cheguei na placa de 25 km, caminhei para tomar água e gel. Foi bom para descansar um pouco.
Talvez não tivesse alternativa, mas depois dessa parada não consegui mais correr em um ritmo bom. Ainda tentei correr como antes, mas não teve jeito. O pace caiu e ficou rondando os 6 min/km. Até o km 28, mantive uma certa constância, ainda que lenta. Mais à frente surgiu uma pequena subida. Não haveria de ser nada, se já não fosse o 29º km. Ali, com as dores e impossibilidade de manter um ritmo de corrida, decidi fazer um fartlek na maratona.
O percurso teve mudanças de última hora e algumas subidas foram adicionadas. Subidas indesejadas, ainda mais depois dos 30 km. No meu fartlek maratonístico, corria 1'30'' e andava 30''. Tentei manter assim até onde fosse possível, acelerando um pouco mais na parte de corrida. Até o km 35, o ritmo caiu, ficou ruim, mas ainda estava abaixo dos 7 min/km. Nessas subidas e descidas e corridas e caminhadas, passei por um bar e me ofereceram um Coca-Cola. Recusei, obviamente. Se fosse água, talvez aceitasse.
Nessa parte nova do percurso, precisávamos fazer um retorno. Ou seja, eu podia ver em que ponto e como estavam meus amigos maratonistas. Ninguém parecia muito bem. Eu também não estava. Compreensível. A partir do km 36, enfrentei a pior subida, do viaduto, que era em curva. Ali, caminhei demais. Não tinha mais muitas forças. Correr por mais de 2 minutos seguidos era impossível. Quebrei. Mais ainda: morri. A cada vez que olhava para o relógio via meus objetivos se despedindo. Primeiro o sub 4 horas. Depois o sub 4h12'.
Felizmente, cada passo a mais era um pouco menos de distância a percorrer. Foi sofrido. Aquele começo me prejudicou. Lição aprendida para a próxima maratona. Faltou perna, só não faltou vontade de terminar. Como todos os meus objetivos ficaram pelas ruas, só tentava correr mais do que caminhar, ainda que intercalando sempre. A placa de 40 km foi uma das melhores visões que eu tive. Até tentei me animar e correr os últimos 2 km sem parar, mas não dava mais.
Entre corridas e caminhadas, quebradas e morridas, cheguei com 4:16:47, 34 segundos a mais do que no Rio de Janeiro. Não foi a maratona dos meus sonhos, nem o resultado e o desempenho que eu queria, passou longe disso, mas foi o que deu para fazer. Das maratonas que eu fiz, foi a que cheguei mais destruído. No fim de tudo, o importante é que terminei. Erros e acertos serão analisados para que a Maratona de Santa Catarina, em 30/09, seja a melhor das maratonas.
Meus amigos maratonistas concluíram a prova com sucesso. Cansados, como sempre há de acontecer em uma maratona, mas felizes. Passando a linha de chegada, recebemos essa medalha aí de cima. Vou dizer que deu até um desânimo saber que corri 42 km para receber uma medalhinha desse. Não condiz com uma maratona. Por outro lado, a hidratação estava perfeita. Se não houvesse a mudança de última hora, o percuso seria realmente plano e perfeito para recordes. Vamos ver se na Maratona de Santa Catarina sai coisa melhor.
Curiosidades curiosas. Dividi a prova em 6 partes de 7 km, pretendendo correr cada parte em até 40 minutos. Assim, podia imaginar o sub 4 horas. Fui bem até a 4ª parte, ou 28º km. Depois, os piores 14 km da minha vida. Outra: corri toda a maratona e pela primeira vez não fui ao banheiro. Quase 5 horas praticamente. Agora eu sei que aguento. Mais uma, e a última: corri os 30 km da maratona em 2:50:01. Ritmo bom, de sub 4 horas. Para ter ideia de como foi ruim o final, fiz 12 km em 1:26:46 (vergonhosos 7:14 min/km).
Curiosidades curiosas. Dividi a prova em 6 partes de 7 km, pretendendo correr cada parte em até 40 minutos. Assim, podia imaginar o sub 4 horas. Fui bem até a 4ª parte, ou 28º km. Depois, os piores 14 km da minha vida. Outra: corri toda a maratona e pela primeira vez não fui ao banheiro. Quase 5 horas praticamente. Agora eu sei que aguento. Mais uma, e a última: corri os 30 km da maratona em 2:50:01. Ritmo bom, de sub 4 horas. Para ter ideia de como foi ruim o final, fiz 12 km em 1:26:46 (vergonhosos 7:14 min/km).
Cara ainda não sei como é correr uma maratona, mas já tenho um plano. Plano A encaixar um 5:40" e ir sempre nele para sub4, plano B correr para uns 6' e chegar em 4h12' e se a coisa ficar feia chegar me arrastando hehehe.
ResponderExcluirTodo mundo diz que tomar um coca-cola é bom demais, eu não teria recusado...kkkk
Parabéns pela prova, uma maratona sempre é uma conquista!
Abraço
Diego
http://correrparacrer.wordpress.com/
Parabéns, Enio. O que vale é que todos conseguimos concluir a maratona, destruídos, mas concluímos. Às vezes não dentro dos nossos objetivos, mas isso só fortalece o desafio para a próxima. E ela está aí pertinho. Gostei da sua divisão da maratona. Vou tentar fazer isso. Agora, quanto aos meus últimos 12 Km dá até medo de contabilizar. Mas seguimos em frente. Daqui a pouco a maratona vai ser só mais um treino longo de final de semana....rs.
ResponderExcluirEnio, admiro sua franqueza e ainda as estatísticas que sempre colocas em seus post's. Me divertem!kkk Acho que o seu resultado foi bem positivo, trouxe reflexões úteis e a medalha. Tem tudo pra ficar mais forte para Maratona da Caixa SC. Ser maratonista não é para qualquer um!!
ResponderExcluirAh! E não é a primeira vez que leio que a turma toma coca-cola nas provas de fundo. É por causa da glicose? Mas e o gás? Será que não incomoda... Vou pesquisar mais sobre isso.
Abraço e PARABÉNS!!
Helena
correndodebemcomavida.blogspot.com
"Experienced runners say that the marathon begins at Mile 20, because that's where you begin to learn who you are."
ResponderExcluirEu também experimentei isto há alguns anos, até os 34 tudo ok e depois disso, caminhada/corrida, quebradeira. Minha revanche deverá ocorrer no ano que vem, 2º semestre, mas desta vez com muita humildade e paciência. Boa sorte na próxima e parabéns por ter ido até o fim, mais que a medalha, vale a experência.
Everton
Errando e aprendendo. Na próxima já sei o que fazer. Na teoria, está tudo certo. Vamos ver na prática.
ResponderExcluirOi Enio.
ResponderExcluirVocÊ chegou ao final, cruzou a linha de chegada antes da ambulância e isso é que vale.
Parabéns campeão. Maratona não é para os fracos e você conseguiu.
Pode melhorar? Claro que pode e vai, eu creio.
Você aprendeu coisas importantes e agora é praticá-las nas proximas!
Sucesso!