Quando comecei a correr, tanto fazia o tênis. O primeiro tênis de corrida foi um Kayano e parecia a melhor coisa que já usei na vida. Depois de um tempo, comecei a optar pelos modelos de competição das marcas. Descobri que gosto dos tênis mais leves, sem muito drop, feito para quem gosta de competir. Não que eu seja o cara mais rápido do mundo, estou longe disso, mas utilizar tênis menos estruturados encaixou melhor no que penso e no que pratico da corrida.
Por isso, desde 2012 estou sempre atrás dos modelos de competição. Comecei encontrando os DS Racer da Asics, encontrei também o Hyper Speed (meu favorito até hoje) e nessa busca acabei chegando ao Piranha SP 5, da Asics. Um tênis muito simples, leve, parece até que vai desmanchar. Ele é de competição mesmo. O número 44 pesa incríveis 140 gramas, ou seja, quase nada.
Quase nem dá para sentir que tem algo no meu pé. No meu caso é quase mesmo. Não sei se dei azar no tênis que comprei ou se todos os modelos do Piranha são assim. Também não sei se meu pé que não foi feito para esse tênis, mas ele me incomoda na parte de cima, perto do dedão, principalmente do pé esquerdo, mas o direito também sofre um pouco.
Quando descobri o Piranha, fiquei atrás até achar o número 44. O peso dele me encantou. Foi tipo um tênis dos sonhos. Na prática, porém, não consigo correr mais de 30 minutos sem que ele me incomode. Domingo fiz um teste e corri quase 2 km, alternando as velocidades. Pareceu ok. Sem dores ou maiores problemas. Foi um teste curto, não dava para tirar muitas conclusões.
Hoje, então, resolvi fazer o treino intervalado com ele. Precisava correr um tempo razoável e variando a velocidade. Só assim saberia se realmente ele causaria problemas ou não. Dito e feito. Depois de uns 25 minutos, comecei a sentir umas arranhadas na parte de cima do pé, perto do dedão. Notei que sentia mais incômodo durante o trote e caminhada. Quando corri mais rápido foi tranquilo. O incômodo ainda estava lá, mas não atrapalhava. Talvez porque o foco fosse correr forte não sentia nada.
Fiz o treino até o final e quando cheguei em casa vi o resultado nos pés. O pé esquerdo com um pequena bolha seca de sangue e o pé direito só vermelho, sem bolha. Depois, no trabalho, utilizando tênis, sentia pegar um pouco na bolha. Foi bom ter feito o teste para confirmar o que eu não lembrava direito. Realmente, o Piranha faz bolha no pé, perto do dedão. Estou escrevendo este texto para futuras consultas caso esqueça novamente.
Precisava fazer esse teste para saber se iria ou não utilizar o Piranha nos 5 km da Meia de Sampa no próximo domingo. Como o treino curto de domingo foi bom, cogitei a ideia. Hoje percebi que só incomoda mesmo depois de 20 a 25 minutos. Correndo forte quase nem sinto. Então, ainda há possibilidade de utilizá-lo nos 5 km. Tudo vai depender da recuperação da bolha. Hoje está levemente dolorido. Até domingo tenho 5 dias para ela melhorar.
Se até lá estiver tudo bem, talvez arrisque com o Piranha. Caso contrário, vou com o Hyper Speed que costumo usar. Este teste teve dois lados. O bom é que testei antes e vi onde incomoda para utilizar ou não na corrida. O ruim é que talvez não recupere até domingo. Se eu tivesse corrido apenas no dia da prova com ele, iria descobrir na hora que incomoda, mas iria seguir até o fim como foi no treino de hoje.
Como mencionei antes, pode ser meu tênis que veio errado ou é uma característica dele. A parte que fica em cima dos ligamentos dos dedos tem um tecido mais duro. Depois de um tempo correndo, aquilo começa a incomodar. Talvez um outro tipo de pé ou outro tipo de corredor não sinta. No meu caso, parece que não tem jeito. Para mim, o Piranha é para fazer 5 km. Correr 10 km é arriscado, mas é possível. Mais que isso não parece ser viável.
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Ler também é um exercício. Exercício lembra corrida e já escrevi demais aqui. Fui correr!