As corridas não param. Sábado último, aqui em Floripa, teve o Mountain Do Lagoa da Conceição, corrida de revezamento. Não sou muito fã de correr fora do asfalto. Evito ao máximo, mas o Marcelo me convidou e novamente formamos uma dupla, tal qual ano passado, só que dessa vez invertemos os percursos. Assim, podemos dizer que já corremos por todos os percursos do Mountain Do. Para mostrar como sou adepto do asfalto, só corri um dia deste ano em trilhas, areias e afins. No dia do Mountain Do. Ou seja, treinado e bem preparado eu não estava.
Eu e o Marcelo repetimos a dupla, mas nosso objetivo era melhorar o tempo, as 8h37' do ano passado. Houve uma mudança de distância no percurso 5 e 6. A princípio, pensamos que a distância total havia aumentado 4 quilômetros. Depois, refazendo as contas, percebemos que apenas tiraram 4 km de um e botaram no outro. Nosso tempo final este ano foi também 8h37'. No começo, ficamos mais contentes, o mesmo tempo com 4 km a mais. Estava perfeito. No entanto, não era bem isso. Ficamos somente com a nossa regularidade, de fazer o mesmo tempo dois anos seguidos.
Sobre a prova. Corri os percursos 1, 3, 5 e 8. Agora já sei como funcionam todos os percursos, quais são os melhores e quais são os piores. No percurso 1, fiquei com a largada. Havia três largadas: 08:00, 08:30 e 09:00. Por sermos honestos e colocarmos nossos melhores tempos dos 10 km no asfalto, fomos colocados na largada dos intermediários. Fiquei incumbido com a parte de largar. Saindo do LIC, consegui render bem no asfalto, mesmo com as subidas. Cheguei nas dunas, areias e o ritmo despencou. Ainda consegui um pace de 06:06, muito morto.
Não tive muito tempo de descansar. Marcelo correu rápido o percurso 2. Mal cheguei na Joaquina e ele já estava me passando o chip. Não consegui descansar direito. Já saí correndo. Ou tentando. Pegar as dunas da Joaquina logo no começo quebra o ritmo. E tinha vento contra. Foi horrível subir engatinhando as dunas com a areia batendo no rosto. Aliás, no percurso 3 o ritmo nunca é constante. Ou até é, constantemente devagar. Muita trilha, subidas. A coisa só fica boa quando pegamos a estrada que leva até a Praia Mole. Ali foram 2 minutos de pace abaixo de 5:00 min/km. Meu momento de maior felicidade.
No percurso 4, as dificuldades são maiores. Marcelo demorou um pouco mais e tive tempo de trocar de meia, tirar areia do tênis e comer o pão com queijo e presunto. Meu próximo percurso, o 5, era da Barra da Lagoa, Projeto Tamar, até a Praia do Moçambique. Esse percurso foi diminuído em 4 km em função de mudança no posto de troca. Corri por um bosque muito bonito, onde o ritmo podia ser mais constante, mas eu ainda sentia as trilhas do percurso 3. Passando o bosque, caí nas areias do Moçambique. Correr naquela areia era impossível. Ainda o mar revoltado, resolveu me presentar molhando meus tênis. Arrastando-me, cheguei ao posto de troca.
Finalmente, teria tempo para descansar. Marcelo dobrou os percursos 6 e 7. É bem pesado fazer isso. Optamos assim para pegar o barco que me levaria à Costa da Lagoa sem pressa. Talvez, no futuro, façamos diferente. Parece que é possível fazer um percurso cada um e não ficar esperando. Peguei o barco e fiquei pouco mais de duas horas na Costa da Lagoa esperando. O bom é que levei o iPhone e tinha 3G naquela área. O tempo não demorou a passar. Tirei várias fotos e atualizei os status no Twitter e Facebook.
Quando Marcelo chegou, sabia mais ou menos o que me esperava. Pouco mais de 12 km, sendo uns 9 no meio do mato. Minhas pernas e braços já estavam cansados, mas lá fui eu. Fiz as contas e achei que o recorde do ano passado era impossível. Nem me preocupei em correr. Sim, eu corria quando podia no meio das trilhas, mas sem aquela pressa toda. Quase me perdi duas vezes, uma por culpa minha e outra por culpa do staff, mas segui em frente, para os lados, pulando, tropeçando. Era trilha, né? Comecei a ver o asfalto e fiquei mais feliz. O Canto dos Araçás era uma realidade.
O problema é que do Canto dos Araçás até o LIC tinha uns bons 3 km e, para piorar um pouco, havia muitas subidas íngremes, que me desanimaram. Já cansado, não hesitei em andar em todas. Atravessando a avenida que levada para o LIC, comecei a correr e dali até o final não pararia mais. No meio do caminho, o amigo Angelo me encontrou e me acompanhou até a entrada do LIC. A partir da entrada, eu e o Marcelo corremos juntos para completar. Nossa surpresa foi das maiores quando vimos o tempo em 09h'07 (o que daria 08h37' no tempo líquido).
No final de tudo, minhas contas estavam erradas e poderíamos ter melhora o tempo em uns minutinhos. O banho de cachoeira do Marcelo, a minha parada para amarrar o tênis, a despreocupação no percurso final. Tudo contribuiu. Pelo menos o tempo foi igual ao ano passado. Teve diferenças de segundos, mas fiquemos com as 08h37' para dizer que foi a mesma coisa. Minhas pernas, as coxas especialmente, e os braços ficaram bem doloridos, mas a nossa missão foi cumprida. E comprida. De novo. Como em 2011.
Participar do Mountain Do é bom demais. Não sou fã das trilhas e do valor da inscrição, mas uma vez na vida qualquer pessoa que corre precisa participar. É bom que seja logo porque o preço só aumenta. Atualmente, para mim, só vale a pena se for em dupla, para aproveitar bem tudo que o evento oferece. Pagar o que se paga, só em dupla. É mais sofrimento, mas é o melhor jeito. E sem muita preocupação com desempenho, logicamente. Já sou lento no asfalto. O intuito é se divertir e confraternizar, seja com os amigos, corredores, fotógrafos ou cachorros. Meu segundo Mountain Do foi assim. Mais abaixo tem umas fotos do evento.
Olá Élcio.
ResponderExcluirRealmente as fotos são encantadoras e dá muita vontade mesmo de participar.
Parabéns pela prova e pela animação!
Parabéns, Ênio. Como eu disse, acho que essa corrida em dupla é pior que uma maratona. Menos mal que ela foi fracionada e alternada. Vale pelo passeio e pelas belas paisagens. Um dia eu ainda encaro uma dessas. Com essa, acho que empatamos no número de corridas do ano !!! Muito bom, rumo as 40. Abraço.
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